Barco atacado por orcas afunda-se ao largo de Viana com quatro tripulantes

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Autoridade Marítima Nacional

Um veleiro de bandeira francesa, com quatro tripulantes a bordo, afundou-se esta terça-feira, após uma alegada interação com orcas, a cerca de 14 milhas náuticas (aproximadamente 25 quilómetros) a oeste de Viana do Castelo, anunciou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

Em comunicado, a AMN informou que o alerta foi recebido pelas 12h05 através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, a informar que um veleiro com quatro tripulantes a bordo se encontrava em risco de afundar, tendo sido ativados de imediato para o local elementos da Estação Salva-vidas de Viana do Castelo.

A Autoridade Marítima Nacional destacou o salva-vidas “Atento”, que procedeu à remoção dos destroços. A Autoridade Marítima Nacional garante que não foi “detetado qualquer foco de poluição no local”.

À chegada ao local, “constatou-se que os quatro tripulantes tinham sido resgatados por um veleiro que se encontrava nas proximidades, encontrando-se bem fisicamente e sem necessidade de assistência médica”, descreve a nota de imprensa.

“O veleiro acidentado acabou por se afundar, tendo os tripulantes da Estação Salva-vidas de Viana do Castelo procedido à recolha de diversos destroços, não tendo sido detetado qualquer foco de poluição no local”, acrescenta.

O comandante da Polícia Marítima e da capitania de Viana do Castelo, Rui Lampreia da Silva, disse a O MINHO que o veleiro de bandeira francesa ficou danificado após ter tido uma “interação” com os cetáceos a 14 milhas (aproximadamente 25 quilómetros) a Oeste do porto de Viana.

O Comando-local da Polícia Marítima de Viana do Castelo tomou conta da ocorrência e será efetuado um aviso à navegação, por questões de segurança, lê-se ainda.

Pânico no mar

As “interações de orcas“, como lhe chamam os cientistas que estudam o fenómeno, tornaram-se um pesadelo para os barcos de recreio e pesqueiros no sul da Europa. Até agora, ninguém foi capaz de explicar porque acontecem — ou impedir que aconteçam.

Estes ataques de orcas têm lançado o pânico no mar, com estranhos ataques de orcas a barcos a causar acidentes na costa entre Portugal e Espanha

Desde o Estreito de Gibraltar à Galiza, são muitas as que orcas têm abalroado iates, o que tem vindo a provocar danos nos navios e ferimentos nas tripulações. Os biólogos mostram-se surpreendidos com este comportamento violento e procuram uma explicação.

Tidos pelos especialistas como mamíferos sociais e altamente inteligentes, parece estranho este comportamento por parte das orcas.

Os biólogos que estudam uma pequena população de orcas presente no Estreito de Gibraltar, assumem que estão curiosos com estes acontecimentos, porque, apesar de ser normal os animais seguirem os barcos, não é normal que o façam com tanta agressividade.

As autoridades marítimas espanholas alertaram os navios para “manter a distância”. Contudo, os marinheiros garantem que isso pode ser difícil.

Para já, os investigadores dizem que ainda é muito cedo para entender a razão que leva as orcas a atingirem os barcos de forma tão violenta. Ainda assim, os especialistas adiantam que o comportamento pode indicar stress de uma espécie que está em risco de extinção.

Não se sabe se todos estes acontecimentos envolvem o mesmo grupo de orcas, mas é provável que sim. A bióloga Ruth Esteban, que estudou minuciosamente as orcas de Gibraltar, acha muito improvável que dois grupos diferentes apresentem um comportamento tão incomum.

No entanto, o biólogo Alfredo López realça que as orcas tinham o hábito de subir a costa durante todo o mês de setembro, saindo do Golfo de Cádis até o Golfo da Biscaia.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Para começar a tentar-se entender as causas do fenómeno e ao mesmo tempo irem tentando debelá-lo, empenhem-se no combate ao narcotráfico naquelas águas ( e, claro, também em terra, já que no Alto Minho e na Galiza já só não se dá conta quem desvia a vista, tapa os ouvidos e fecha as narinas, inclusive as autoridades).
    Pois a intensa actividade das lanchas rápidas estressa as orcas. E dos carregamentos lançados ao mar e não recuperados quase de certeza que boa parte vai parar aos estômagos daqueles animais. E uma vez no aparelho digestivo, que é que se pode esperar: a passagem de substâncias estupefacientes para a corrente sanguínea. Ou seja: estamos perante a possibilidade de Orcas drogadas. Que se chegarem ao estado de dependência e à descoberta de que é nas embarcações que está o produto quando lhes pega a ansiedade (síndrome da abstinência), obviamente que tudo farão para conseguirem a dose que procuram. Consequentemente poderemos estar perante a convergência de três fortes factores que suscitem os ataques das orcas às pequenas embarcações naquele eixo marítimo: estressadas, alucinadas e ansiosas pela obtenção da dose.
    Parece uma tese “alucinada”, não parece? Pois testem-na primeiro e falem depois!…

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