Salman Rushdie perdeu a visão de um olho e os movimentos numa das mãos

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O escritor Salman Rushdie perdeu a visão num olho e deixou de conseguir usar uma das mãos em consequência do ataque que sofreu em agosto, durante um evento Nova Iorque, nos Estados Unidos (EUA).

Ao El País, o agente do escritor, Andrew Wylie, disse que Rushdie, com 75 anos, sofreu três ferimentos graves no pescoço e mais 15 no peito e no tronco.

O escritor de 75 anos é o autor de “Os Versículos Satânicos”, obra pela qual foi condenado à morte pelo líder religioso do Irão. Há 33 anos, o Ayatollah Khomeini emitiu uma ‘fatwa’ (decreto da lei islâmica) contra o escritor. O país ofereceu uma recompensa de três milhões de dólares a quem o assassinasse.

O escritor chegou a viver em paradeiro desconhecido, sob segurança. O Governo do Irão há muito que se distanciou do decreto de Khomeini, mas o sentimento anti-Rushdie permanece. Em 2012, uma fundação religiosa iraniana aumentou a recompensa pelo seu assassinato para 3,3 milhões de dólares.

O autor do atentado, Hadi Matar, de 24 anos, residente em Fairview, Nova Jersey, foi detido e mantido sem fiança depois de se ter declarado inocente da tentativa de homicídio. Após o ataque, Rushdie foi tratado num hospital da Pensilvânia.

“Ele [Rushdie] vai viver. Isso é o que importa”, disse Andrew Wylie, sublinhando que a natureza inesperada do incidente de agosto era algo de que ele e Rushdie já tinham falado antes.

“O ataque era algo que Salman e eu já havíamos discutido no passado, era o principal perigo que ele enfrentava tantos anos após a ‘fatwa’ ter sido imposta – uma pessoa vinda do nada, atacando-o (…) não se pode proteger contra isso, é totalmente inesperado e ilógico”, acrescentou.

Andrew Wylie comparou as circunstâncias da agressão de Rushdie ao assassinato do membro dos Beatles, John Lennon, em 1980. Lennon foi morto a tiro por Mark David Chapman no exterior do seu apartamento em Manhattan, no dia 08 de dezembro desse ano, horas após o artista ter assinado um autógrafo para Chapman.

Numa entrevista ao New York Post a partir da prisão de Chautauqua, Matar disse que não gostava de Rushdie e ficou “surpreendido” por ter este sobrevivido ao ataque, aproveitando o momento para elogiar Khomeini.

Na altura do ataque, o Irão negou o seu envolvimento, bem como qualquer ligação a Matar. “Neste ataque”, consideramos “Salman Rushdie e os seus apoiantes dignos de culpa e até condenação”, referiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanani.

“Ao insultar os assuntos sagrados do Islão e ao cruzar as linhas vermelhas para mais de 1,5 mil milhões de muçulmanos e todos os seguidores das religiões divinas, Salman Rushdie expôs-se à raiva e à fúria das pessoas”, indicou.

ZAP //

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1 Comment

  1. A religião da paz.. pum! Pum! Só estão bem a estoirar coitados. Nem vão para o “céu” nem deixam os outros em paz. Urra, que bando de bandidos ceguetas..

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