Em causa estava a recusa do antigo conselheiro em depor perante a comissão que investiga o ataque ao Capitólio e a ceder documentação importante.
Steve Bannon, antigo aliado de Donald Trump e uma das principais figuras da extrema-direita norte-americana, foi condenado a quatro meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 6500 dólares por se recusar a colaborar com a comissão de inquérito à invasão do Capitólio. A decisão foi tomada, precisamente, por Carl Nichols, juiz nomeado por Trump, e ficou aquém dos seis meses de prisão e uma multa de 200 mil dólares pedidas pelo Departamento de Justiça dos EUA.
Contrariando mais uma vez a acusação, o juiz ordenou que o início do cumprimento da pena ficasse adiado até à decisão final do recurso, uma via expectável para o antigo conselheiro presidencial. Caso contrário, o ideólogo de extrema-direita tem até 15 de novembro para se apresentar às autoridades.
O envolvimento de Bannon na presidência de Donald Trump fez dele uma das principais figuras que a comissão de inquérito ao ataque de 6 de janeiro de 2021 pretendia ouvir. Perante a recusa, este foi denunciado ao Departamento de Justiça, organismo que decidiu deduzir duas acusações de desobediência ao Congresso — a primeira por se ter recusado a depor e a segunda por não ter cedido os documentos que lhe foram pedidos.
Carl Nichols reconheceu, durante a leitura da sentença, que o envio do caso para o Departamento da Justiça, por parte da comissão de inquérito da Câmara dos Representantes, “funcionou a favor” de Bannon. “Outros devem ser dissuadidos de cometerem crimes semelhantes”, ressalvou o juiz, citado pelo Público.