Para além do número de gémeos, é também de destacar o número de gémeos idênticos entre a população.
Enquanto alguns dos países do mundo lutam para inverter a sua curva demográfica com um saldo de nascimentos muito inferior ao de óbitos, na Nigéria, um fenómeno insólito parece diferenciar a cidade de Igbo-Ora. Ali, quase todas as famílias aqui têm gémeos ou outros nascimentos múltiplos.
O fenómeno é também um motivo de orgulho e festejos, já que durante os últimos 12 anos, a comunidade tem organizado um festival anual para celebrar os gémeos. O evento deste ano, realizado no início deste mês, incluiu mais de 1.000 pares de gémeos e atraiu participantes de tão longe como a França, disseram os organizadores.
Não há nenhuma explicação científica comprovada para a elevada taxa de gémeos em Igbo-Ora, uma cidade de pelo menos 200.000 pessoas 135 quilómetros a sul da maior cidade da Nigéria, Lagos. Mas muitos em Igbo-Ora acreditam que pode ser rastreada até à dieta feminina. Alake Olawunmi, uma mãe de gémeos, atribui-o a uma iguaria local chamada amala, que é feita de farinha de inhame.
John Ofem, um ginecologista sediado na capital, Abuja, diz que pode muito bem ser “que há coisas que comem lá que têm um elevado nível de certas hormonas que agora resultam no que chamamos ovulação múltipla“.
Embora isso possa explicar a taxa superior à normal de gémeos fraternais em Igbo-Ora, a cidade também tem um número significativo de gémeos idênticos. Estes resultam antes de um único óvulo fertilizado que se divide em dois – não por causa da hiper-ovulação, como indicava a justificação anterior.
Taiwo Ojeniyi, um estudante nigeriano, disse ter assistido ao festival com o seu irmão gémeo “para celebrar a singularidade” de nascimentos múltiplos. “Estimamos os gémeos enquanto em algumas partes do mundo, eles condenam os gémeos”, disse ele. “É uma bênção de Deus“.
