EUA: lei anti-aborto pode ser contornada (no Arizona descobriram como)

Olivier Hoslet / EPA

Clínica envia medicação para um Estado vizinho. E não há consultas presenciais.

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América avançou mesmo com a reversão do direito federal ao aborto.

A decisão foi tomada em Junho, no famoso processo Roe v. Wade, que vigorava desde 1973 – e garantia o direito federal ao aborto durante os dois primeiros trimestres da gravidez.

Cerca de um mês depois, Indiana foi o primeiro Estado a aprovar legislação restringe o aborto. O primeiro de vários, já que cedo se estimou que metade dos 50 Estados iria seguir esse rumo.

O Arizona tomou a mesma decisão, há duas semanas, mas uma clínica encontrou maneiras de “fugir” a essa nova lei.

O jornal The Washington Post relata que a Camelback Family Planning, em Phoenix, adoptou um método novo nesta segunda-feira.

As mulheres que querem realizar um aborto recebem receita para a medicação necessária numa consulta à distância – e numa consulta realizada por um médico de outro Estado, a Califórnia.

Depois é preciso receber a medicação: é enviada para uma cidade também da Califórnia, ou do Novo México, os Estados que estabeleceram acordo com Arizona.

O processo é gratuito, para as mulheres com mais dificuldades financeiras; recebem ajuda da organização Abortion Fund of Arizona.

No Arizona o aborto só é permitido se a mulher estiver em perigo de vida por causa da gravidez. Em todos os outros casos passa a ser permitido.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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