Investigadores da Johns Hopkins University estão a trabalhar naquela que pode ser considerada a canalização mais pequena do mundo, com tubos um milhão de vezes mais finos que um fio de cabelo.
Os cientistas desenvolveram um método para proteger esses tubos contra os mais pequenos vazamentos que possa imaginar.
Criar minúsculos tubos à prova de vazamentos, que se montam sozinhos e que se reparam sozinhos é um grande passo no desenvolvimento de uma rede de nanotubos que um dia poderá transportar medicamentos, proteínas e moléculas para células específicas do corpo humano.
Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista Science Advances.
“Este estudo sugere fortemente que é viável construir nanotubos que não vazem usando estas técnicas fáceis de automontagem, onde misturamos moléculas numa solução e deixamo-las formar a estrutura que queremos”, disse a coautora Rebecca Schulman, citada pelo SciTechDaily. “No nosso caso, também podemos conectar esses tubos a diferentes terminais para formar algo como canalização”.
Os tubos têm aproximadamente sete nanómetros de diâmetro — cerca de dois milhões de vezes mais pequenos que uma formiga – e têm aproximadamente o comprimento de uma partícula de poeira.
A equipa de investigadores da Johns Hopkins University não podem ficar com todos os louros. A tecnologia é baseada numa técnica já existente que reaproveita fragmentos de ADN como ‘legos’ para crescer e reparar os tubos, permitindo que procurem e conectem-se a estruturas específicas.
“Construir um tubo longo a partir de um poro poderia permitir que as moléculas não apenas cruzassem o poro de uma membrana que mantinha as moléculas dentro de uma câmara ou célula, mas também direcionassem para onde essas moléculas vão depois de deixar a célula”, explicou Schulman.
“Conseguimos construir tubos que se estendem a partir de poros muito mais longos do que aqueles que tinham sido construídos antes, o que poderia trazer o transporte de moléculas ao longo das ‘estradas’ de nanotubos para perto da realidade”, acrescentou.
Os nanotubos de ADN podem ajudar os cientistas a entender melhor como é que os neurónios interagem uns com os outros. Os investigadores também podem usá-los para estudar doenças como o cancro e as funções dos mais de 200 tipos de células do corpo.