Mercados agitados, inclinação para um dos candidatos presidenciais… Em 2022 nada disso está a acontecer.
As eleições presidenciais no Brasil estão muito próximas. A primeira volta vai decorrer daqui a quatro dias, a 2 de Outubro, domingo.
No Brasil, tal como nos outros países, os mercados, a bolsa, costumam estar mais agitados em vésperas de eleições. E costumam indicar o que os empresários e investidores acham dos candidatos.
Em 2002 a bolsa brasileira e o real caíram. Uma espécie de pânico, dias antes de Lula da Silva ser eleito presidente, lembra o especialista Alexander Busch no portal Deutsche Welle.
O receio dos chefes era um novo Brasil, mais virado para os sindicatos, para os trabalhadores. E achavam que Lula não iria pagar a dívida do Brasil.
Nas últimas eleições presidenciais, há quatro anos, a bolsa subiu (em números recorde, em alguns casos) e estavam empolgados com a possibilidade – confirmada – de ver Jair Bolsonaro. Ou melhor, com isso e com o facto de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, ficas afastado do cargo.
Hoje, na semana anterior às eleições, o mercado não dá sinais. Parece que “pouco importa” quem será o presidente. A habitual volatilidade pré-eleitoral não existe, desta vez.
O presidente costuma ter o apoio da maioria dos empresários mas também há líderes conceituados (empresas e bancos) que não se identificam com Jair Bolsonaro.
O actual presidente e novamente candidato aparece constantemente atrás de Lula, nas sondagens.
Às vésperas das eleições, o mercado está calmo. “Não há sinal de qual candidato os empresários preferem. Talvez considerem ambos competentes para resolver os problemas económicos do país – ou igualmente incompetentes“, resume Alexander Busch.
Pedido em Portugal
Entretanto, o movimento Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira em Lisboa pede maior vigilância no acto eleitoral de domingo.
Numa carta aberta dirigida a Wladimir Valler Filho, cônsul brasileiro em Lisaboa, o movimento diz que está preocupado devido ao “ambiente de violência política” à volta destas eleições.
Por isso, apela a uma preparação maior para garantir o livre exercício do direito ao voto também em Portugal, recordando os casos de agressão e desrespeito registados em 2018.
A prioridade deverá ser assegurar a todos “liberdade para o exercício democrático”, sem “constrangimentos ou riscos”, mas está prevista a presença de apenas 10 seguranças privados, além de elementos da Polícia de Segurança Pública.
O movimento antevê que podem acontecer distúrbios e “tentativas de tumultuar as eleições”.
A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa vai receber os eleitores brasileiros. Mais de 45 mil estão inscritos.