Fascínio pela pessoa, pela monarquia, pelos cães, pela História, pelas roupas, pela postura… Há muitas origens para este fascínio global.
Quem gosta da História do Reino Unido, via em Isabel II um “pedaço” importante dessa História.
Quem gosta de cães, seguia atentamente os cães que a rainha teve ao longo de décadas.
Quem gosta de roupa, de moda, estava sempre atento ao vestuário e aos acessórios de Elizabeth.
Quem gosta de…
A lista poderia continuar. E, claro, eram milhões de pessoas que gostavam da própria Isabel II. Sem extras.
Claro que este gostar é à distância, na maioria dos casos. Só os britânicos, e sobretudo quem vive em Londres, estiveram perto da rainha algumas vezes. Os outros milhões de admiradores seguiam-na à distância.
As filas de quilómetros, para ver de perto o seu caixão, confirmaram este fascínio global. No dia do funeral, entre um milhão e dois milhões de pessoas marcaram presença no cortejo.
Mas porquê?
A monarquia, a História, não justificam tudo. Estar ligado a uma família que marcou a História local não chega: o rei da Bélgica e o imperador do Japão não têm nem um décimo dos seus seguidores, provavelmente.
O jornal The Washington Post apresenta algumas possíveis, e prováveis, justificações para esta admiração mundial.
A sua longevidade é um dos motivos. As memórias multiplicam-se nas pessoas, em diversas fases das suas vidas (da rainha e delas próprias).
A sua resistência, aquilo por que passou, é outro motivo de admiração. A sua ética de trabalho, o compromisso, também aparecem na lista – basta lembrar que confirmou Liz Truss como nova primeira-ministra dois dias antes de morrer.
O facto de ter visitado mais de 100 países ajudou a que se tornasse num fenómeno global. Aproximou-se das pessoas, e não só dentro da Commonwealth.
O seu passado não foi esquecido: durante a II Guerra Mundial foi motorista e mecânica do exército inglês.
O que também não pode ser esquecido é a televisão. Ou a Netflix: tal como aconteceu com a Fórmula 1, uma série – The Crown, neste caso – terá feito muitas pessoas aproximarem-se de Isabel II, estarem mais atentas ao seu percurso.
Os hábitos da família real, que se mantêm há décadas ou séculos, originam outro fascínio: os carros (Rolls-Royces, Bentleys, Jaguars e Land Rovers), as posturas, os protocolos – bem se viu como foi o processo do funeral – carruagens douradas, jardins, jóias da coroa…
E, voltando à longevidade, Isabel II era uma espécie de elo de ligação, vivo, entre os tempos de Winston Churchill, The Beatles e Facebook.
A consideração e o respeito eram tais que há países da Commonwealth que admitiram que só iriam continuar ligados à figura de rainha/rei do Reino Unido…enquanto Isabel II fosse viva. Depois, logo se vê. O “logo se vê” já chegou.
E a admiração não se ficou pelo “povo”, pelos “anónimos”. É fácil encontrar figuras públicas – algumas são ou foram líderes de países – que assumem que a rainha Isabel II era a pessoa mais sábia, mais inteligente, que dava os melhores conselhos sem dar a sua opinião.
Muitos chefes de Estado ficaram sem palavras quando a conheceram pessoalmente.
Acho que é mais a palermice generalizada que está na base deste fascínio. Muito mais fez Gorbatchev e muito menos reconhecimento teve a nível mundial aquando da sua morte.
Se não se importam , excluo-me desse “fascínio” que nunca cultivei em relação as Monarquias , considerando-as inúteis e desatualizadas nos tempos presentes , Realezas subsistindo apenas graças ao erário Publico em Países ditos Democráticos e Republicanos . Mas enfim , há quem goste de Filmes de Reis , Rainhas , Príncipes e Princesas , mas pagam caro este tipo de bilhete de Cinema !