As duas vertentes do conhecimento sobre os astros seguiram o mesmo trilho durante muito tempo. Até que se separaram.
Para muitos leitores, o que está no título não é novidade. Para muitos leitores, a confusão entre astrologia e astronomia é frequente.
As duas vertentes do conhecimento sobre os astros seguiram o mesmo trilho durante muito tempo. Até que se separaram “recentemente”, só no século XVII.
O astrónomo Paulo Eduardo de Brito defende a “sua” astronomia, em entrevista ao jornal Correio Braziliense.
A astronomia é a “ciência que estuda o movimento, a constituição e a formação dos astros e as relações entre si. Surgiu com o objectivo de marcar o tempo, orientar no espaço e prever comportamentos climáticos do planeta”.
A relação entre os astros e o comportamento da Terra foi verificada e comprovada há séculos, pelos observadores e estudiosos. É dado o exemplo da melhor altura para plantar e para colher, na agricultura.
Como a Terra mudava o seu comportamento conforme os movimentos dos astros, também se começou a perguntar: as pessoas também mudam os seus comportamentos por causa dos astros?
Aí surgiu a astrologia, que andou lado a lado com a astronomia durante séculos.
Mas no tal século XVII, a astronomia passou a estar focada nas ciências da natureza, construindo modelos matemáticos que representam os comportamentos dos astros no céu e da própria Terra, e que podem ser validados por experiências, observações.
Por outro lado, a astrologia relaciona-se mais com as crenças e com as ciências de comportamento humano, analisando arquétipos típicos dos seres humanos baseados na ideia de modelos cíclicos de comportamento e jeitos de ser das pessoas.
Têm origem comum mas são vertentes distintas, com objectos e estudo e análise distintas, reforçou o professor de física e astronomia da Universidade de Brasília.
E Paulo Eduardo de Brito apontou um “grande problema” na astrologia: “Está envolvida em crenças que não são validadas, como na astronomia. Estudar o comportamento humano é muito mais difícil do que estudar o comportamento físico das coisas”, conclui.
Visão de astrólogo
Emylian Kali é astrólogo. No mesmo jornal, disse que a astrologia interpreta os astros e como os astros podem ser primordiais na definição de algumas acções e ocorrências na vida e na personalidade de uma pessoa.
“Dependendo da localização e posição dos astros, pode indicar grandes definições no nosso cotidiano”, explica o especialista.
O mapa astral, elaborado para compreender melhor as pessoas, é utilizado muitas vezes para ajudar a explicar as acções dos humanos.
“Tanto no nascimento quanto no decorrer da nossa vida, pode trazer influências significativas na nossa personalidade e na nossa forma de agir em diversas situações. Traz consigo uma grande maneira de nos afectar recorrentemente”, assegurou.
A astrologia não é uma ciência. Ou não é considerada uma ciência, confirma Emylian Kali: “O que as diferencia hoje (astronomia e astrologia) é justamente o facto de uma ser uma ciência e a outra uma pseudociência, fazendo assim com que a sua busca seja feita com mais clareza”.
Mas a astrologia, não sendo ciência, é uma prática que tem como base métodos científicos.
