Descoberta nova espécie de lontra gigante. Era do tamanho de um leão (e comia como um)

Sabine Riffaut, Camille Grohé / CNRS

Enhydriodon omoensis

Paleontólogos encontraram os restos mortais de uma nova espécie de lontra gigante, que acreditam ser a maior de sempre. Tinha o tamanho de um leão.

Não é a primeira vez que se encontram restos mortais de lontras gigantes, mas é certamente a primeira vez que estas tinham o tamanho de um leão. A recente descoberta, na Etiópia, acredita-se ser a maior espécie de lontra gigante alguma vez identificada.

A lontra encontrada, Enhydriodon omoensis, pesava cerca de 200 quilogramas. Os cientistas estimaram o tamanho da lontra pré-histórica através do seu fémur e dos seus dentes. Hoje em dias, as lontras pesam apenas um máximo de 35 quilos.

A lontra gigante viveu na atual Etiópia, entre 3,5 milhões e 2,5 milhões de anos atrás, calculam os autores do estudo publicado recentemente na revista científica Comptes Rendus Palevol.

Um fóssil de lontra gigante parecido foi descoberto na China, mas o seu tamanho era mais próximo do de um lobo, pesando cerca de 50 quilos.

“O peculiar, além do seu tamanho enorme, é que [isótopos] nos seus dentes sugerem que não era aquática, como todas as lontras modernas”, salientou o coautor do estudo Kevin Uno, em declarações citadas pelo portal Phys. “Descobrimos que tinha uma dieta de animais terrestres, também diferente das lontras modernas”.

As análises mostraram que esta lontra tinha uma dieta semelhante à de mamíferos terrestres pré-históricos, como grandes felinos e hienas.

A equipa de investigadores especula que a lontra gigante da Etiópia desapareceu quando o clima húmido tornou-se mais seco. A invasão de hominídeos nos seus habitats naturais também terá contribuído para a sua extinção.

“As lontras Enhydriodon foram extintas em África em torno da transição Plio-Pleistoceno, juntamente com muitos carnívoros de grande porte e ecologicamente especializados”, explicaram os autores, citados pela Sci.News.

“Esse evento de extinção pode estar associado às muitas mudanças geológicas, climáticas e bióticas que ocorreram na fenda da África Oriental durante esse período, principalmente a incursão dos primeiros hominídeos”, acrescentaram os investigadores.

ZAP //

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