Estão a chover diamantes um pouco por todo o Universo

Greg Stewart / SLAC National Accelerator Laboratory

Impressão artística da formação da chuva de diamantes.

Cientistas descobriram que o fenómeno conhecido como “chuva de diamantes” é mais comum do que se pensava. O novo estudo tentou replicar o processo em laboratório.

“Os diamantes são os melhores amigos de uma mulher”, já dizia Marilyn Monroe. Isto pode também ser verdade para vários planetas do Universo, que aparentemente abrigam um fenómeno conhecido como “chuva de diamantes”.

A chuva de diamantes forma-se quando o hidrogénio e o carbono encontrados no interior de planetas são espremidos pela alta pressão e formam diamantes sólidos que afundam lentamente no seu interior.

Um novo estudo descobriu que este fenómeno, que se acreditava ocorrer em planetas gelados gigantes como Urano e Neptuno, afinal pode ser mais comum do que se pensava anteriormente. Os resultados foram publicados recentemente na revista Science Advances.

Dominik Kraus, um dos autores do estudo, disse que a precipitação de diamantes era bem diferente da chuva na Terra. Em declarações à AFP, o físico explicou que nestes planetas acredita-se que haja um “líquido quente e denso”, onde os diamantes se formam e afundam lentamente, a mais de 10 mil quilómetros de profundidade.

Depois, os diamantes enterrados podem formar vastas camadas que abrangem “centenas de quilómetros ou até mais”, sublinhou o coautor do estudo.

Estes diamantes não são propriamente bonitos e elegantes como os que estamos habituados a ver em anéis. Ainda assim, segundo Kraus, são formados por forças semelhantes às da Terra.

Os investigadores tentaram replicar o processo em laboratório e encontraram os materiais necessários num sítio inesperado: plástico PET, que é usado para embalagens de alimentos e garrafas. Os cientistas usaram plástico muito limpo, mas a experiência “deve funcionar com garrafas de Coca-Cola”, diz Kraus.

Estes avanços podem apontar para uma nova forma de produzir nanodiamantes, que têm uma ampla gama de aplicações, como entrega de medicamentos, sensores médicos, cirurgia não-invasiva e eletrónica quântica.

Daniel Costa, ZAP //

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