Europa já gastou 280 mil milhões no combate à crise energética. Mas pode ser preciso mais

John Hogg / World Bank

Os governos europeus gastaram cerca de 280 mil milhões de euros em medidas para amortecer o impacto da crise energética nas habitações e empresas desde setembro de 2021. Alemanha, Itália e França lideram. Portugal não tem dados.

Segundo os dados da Bruegel, um think thank com sede em Bruxelas, avançados pela Bloomberg na quarta-feira, a Alemanha (60 mil milhões de euros), a Itália (49,5 mil milhões) e a França (44,7 mil milhões) foram os países que mais gastaram.

Esta quinta-feira, os futuros do gás holandês TTF para entrega em setembro aproximavam-se dos 310 euros por MWh (megawatt-hora), depois de terem superado a marca dos 300 euros na sessão anterior.

“Os preços energéticos vão continuar em alta durante o inverno e os governos devem trabalhar assumindo sempre o pior cenário: que os preços manter-se-ão altos mesmo depois desse período”, disse Giovanni Sgaravatti, da Bruegel, indicando: “os governos devem concentrar-se em reduzir a procura de energia sempre que possível”.

Enquanto o bloco europeu vive entre a promessa de se libertar do gás russo e Moscovo ameaça fechar o abastecimento através do Nord Stream 1, a Comissão Europeia apela aos 27 Estados-membros criem planos para reduzir os consumos até 15% entre agosto e maio de 2023. Em Portugal, será apresentado no final do mês tendo como objetivo reduzir em 7% o consumo de energia.

De acordo com a Bloomberg, citada pelo ECO, os 280 mil milhões de euros poderão não chegar para mitigar o aumento dos preços da energia, devido à escalada da crise energética. Os preços grossistas da energia subiram mais de 10 vezes face à sua média sazonal durante os últimos cinco anos.

Os ministros que tutelam a pasta da Energia nos 27 Estados-membros ponderam realizar uma reunião de emergência para debater o pico nos mercados de energia, prevendo-se a discussão de um limite aos preços da eletricidade, segundo noticiou a agência de notícias CTK Newswire.

Até agora, os esforços dos líderes europeus concentraram-se principalmente na redução das contas de energia. Mas devem entrar em jogo cortes nos impostos sobre o gás na Alemanha e um subsídio para aquecimento na Polónia sem restrições para os níveis de rendimento ou eficiência energética.

“Estão a apagar fogo com gasolina”, disse Joanna Mackowiak-Pandera, presidente do Fórum Energia, sediado em Varsóvia, acrescentando que ainda não se chegou ao fundo da crise, podendo as medidas aplicadas até ao momento liquidar os recursos financeiros dos países da UE e fazer escalar ainda mais a inflação.

ZAP //

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