Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca só se reúne a 24 de agosto, esperando-se, para essa data, o anúncio de medidas a nível nacional. Municípios e Comunidades Intermunicipais anteciparam-se.
Num momento em que o território português enfrenta uma seca severa (55%) e extrema (45%), a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca (a qual é formada por elementos dos Ministérios do Ambiente e da Agricultura) só deverá anunciar novas medidas após uma reunião prevista para 24 de agosto.
De acordo com o semanário Expresso, estas medidas poderão passar pelo fecho de piscinas e fontanários municipais ou pela redução de lavagens de ruas e de rega de jardins, mas também por um maior aproveitamento de águas residuais tratadas. No entanto, e apesar das campanhas de sensibilização, há municípios que já avançaram com medidas mais restritivas no uso de água.
Os 16 concelhos do Algarve, por exemplo, vão fechar as piscinas municipais — Loulé já antecipou a medida. “Isto permite no final do mês poupar água que dá para satisfazer o consumo médio de 96 agregados familiares”, afirmou ao semanário Vitor Aleixo, autarca, que fez ainda saber que “há aldeias no interior algarvio onde a água não chega já à torneia.”
Neste âmbito, o presidente da Câmara algarvia teme que as limitações ao consumo de água originem tensões, sobretudo quando estiver em causa a rega nos pomares de citrinos.
Em Lisboa, as águas tratadas pela ETAR de Beirolas já regam o Parque das Nações, com a Câmara a ter intenções de estender o projeto a outras ETAR e jardins da cidade. No entanto, ainda não foi dado o passo de encerrar as piscinas que se enchem com a água que vem de Castelo de Bode. No Porto, a estratégia passa pela plantação de plantas menos exigentes e a utilização de sistemas de rega automatizados — o que já permitiu reduzir o desperdício de 54% (em 2006) para 14,8%.
Mais a norte, em Bragança, as medidas preventivas acionadas pela autarquia incluem a redução dos tempos de rega dos espaços verdes ou aplicação de redutores de água nas torneiras e nos autoclismos dos equipamentos municipais. Está ainda a ser posta em prática a execução de novos furos para garantir o fornecimento de água nos territórios cujas captações secaram. Segundo Hernâni Dias, autarca de Bragança, esta é já a “pior seca de que há memória“.
O jornal Expresso avança ainda, citando a Agência Portuguesa do Ambiente, que são já “centenas” as localidades e freguesias abastecidas por camiões-cisterna. Esta semana, a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho já assumiu a possibilidade e cortar a água durante a noite em vários municípios.