Morreu na madrugada desta quarta-feira o general João de Almeida Bruno, militar de Abril, aos 87 anos. Um dos mais condecorados oficiais da Guerra Colonial, participou no Golpe das Caldas, um mês antes do 25 de abril de 1975, altura em que foi alvo de uma tentativa de homicídio por parte da PIDE.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, emitiu uma nota de pesar na qual “evoca, com respeito, admiração e amizade, o General João de Almeida Bruno, apresentando as suas condolências à Família e ao Exército Português, que serviu com independência, sentido de missão e devoção integral”.
Natural de Lisboa, incorporou o Exército em 1952 e foi um dos 34 cadetes – juntamente com Ramalho Eanes, Loureiro dos Santos, Melo Antunes e Gabriel Espírito Santo – que integraram o curso de 1953 na Escola do Exército. Esteve mobilizado em Angola.
A 24 de maio de 1968, foi designado ajudante-de-campo do Governador e comandante-chefe das Forças Armadas da Guiné. Três anos depois foi nomeado Chefe do Centro de Operações Especiais do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné. Em 1972 é criado o Batalhão de Comandos da Guiné, que dirigiu. Em 1973, foi condecorado com a Cruz de Guerra de 1.ª classe e a Medalha de prata de Valor Militar, com palma e promovido, por distinção em combate, a Tenente-Coronel.
Em março de 1974, foi vítima de uma tentativa de homicídio por parte da PIDE, aquando da revolta das Caldas da Rainha (uma tentativa de golpe de Estado).
O general foi também diretor e comandante da Academia Militar e presidente do Supremo Tribunal Militar entre 04 de maio de 1994 e 04 de maio de 1998, data em que se reformou.