Daniel estava numa casa de família mas foi assassinado por moradores. Por causa de boatos em grupos de WhatsApp e Facebook. Polícia estava no local.
Os boatos já existem há séculos, ou milénios. Mas as redes sociais vieram acelerar e facilitar o surgimento de boatos. Por vezes, com consequências trágicas, fatais.
Daniel Picazo González, 31 anos, terminou o seu mestrado e foi para uma casa de família, casa de férias, descansar durante uns dias.
Deixou a Cidade do México e foi para a propriedade – que era do seu avô – em Las Colonias de Hidalgo, uma pequena cidade do estado de Puebla, situa a BBC.
“Cheguei bem, correu tudo bem”, avisou à chegada, após uma viagem de três horas.
Mas não estaria tudo bem, pouco depois.
No mesmo dia, sexta-feira (9 de Junho), cerca de 200 moradores de uma cidade local detiveram Daniel.
A origem deste gesto foi um boato. Ou vários boatos, que surgiram dois dias antes em grupos de WhatsApp e Facebook.
Esses boatos indicavam que havia estranhos (pessoas que não moravam naquela zona) naquela zona a sequestrar crianças, para tráfico de órgãos humanos.
Mensagens inventadas, imagens distorcidas ou falsas, alegados avisos de autoridades locais… Tudo serviu para aumentar o alerta.
Realmente aquelas imagens e aqueles avisos já andaram a circular pelo México. E eram verdadeiros – há alguns anos.
Naquela noite, um morador reparou que tinha chegado um veículo com matrícula de outro Estado.
Avisou num grupo WhatsApp e rapidamente apareceram 30 moradores. Depois chegaram mais de 200 pessoas.
A polícia já estava no local. Mas eram seis agentes contra mais de 200 civis. Não conseguiram travar o que aconteceu – e há relatos que indicam que alguns polícias também se viraram contra o “estranho”.
Daniel Picazo González foi algemado, espancado, linchado, levado à força por ruas locais e acabou por morrer.
O corpo de Daniel foi encontrado carbonizado. Aparentemente os habitantes despejaram gasolina no seu corpo e incendiaram-no, quando ainda estava vivo.
“É um ato bárbaro, uma total aberração, em que há preconceito, ignorância, boatos”, lamentou o governador de Puebla, Miguel Barbosa. Está a decorrer uma investigação mas não há indicação de detenções, para já.
As redes sociais…. E ainda há quem defenda a existência destas coisas…Ai se este ditador mandasse…
Não há detenções????!!!!!!…..
Prisão perpétua para estes duzentos montes de nojo, ainda é pouco!
O prolema não são as redes sociais mas sim a iliteracia. Continua a apostar-se pouco ou nada na educação e infelizmente são lamentáveis episódios como este.
O 2° maior país cristão do mundo (a seguir ao Brasil) não desilude!…