Parlamento Europeu aprova fim de novos automóveis com motor de combustão após 2035

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O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira uma proposta da Comissão que proíbe a venda de novos veículos com motor de combustão a partir de 2035, na prática só permitindo a venda de veículos novos elétricos.

Os eurodeputados reunidos em Estrasburgo validaram por 339 votos a favor, 249 contra e 24 abstenções, o texto sobre a regulamentação das emissões de dióxido de carbono (CO2) dos automóveis e carrinhas, que faz parte do ambicioso plano climático da União Europeia (UE).

O texto adotado, depois de intensa discussão entre os eurodeputados, inclui os objetivos intermédios propostos pela Comissão Europeia: uma redução de 15% nas emissões de automóveis até 2025 e uma redução de 55% até 2030.

Ainda que o Parlamento não tivesse conseguido chegar a acordo sobre uma reforma do mercado do carbono, aprovou vários outros textos do pacote climático, “Fit for 55”, incluindo o aumento de objetivos vinculativos para a captura de CO2 por “sumidouros de carbono” naturais (como florestas ou uso do solo).

A iniciativa hoje aprovada tem ainda de ser negociada com os Estados membros. Os países da UE deverão debater a sua posição sobre a descarbonização do setor automóvel no Conselho de Ministros do Ambiente no dia 29 no Luxemburgo.

A organização ambientalista Zero defendeu, esta quarta-feira, que o Governo português deve apoiar o fim da venda de carros com motor de combustão e os prazos graduais de redução de emissões aprovados.

“A Zero pede ao ministro do Ambiente e Ação Climática que apoie a confirmação da data final das vendas de novos motores de combustão” quando os ministros do Ambiente da União Europeia se reunirem no próximo dia 28, diz a Zero em comunicado.

“O prazo significa que os últimos carros movidos a combustível fóssil serão vendidos até 2035, dando assim uma possibilidade de um forte contributo para evitarmos alterações climáticas descontroladas. A eliminação progressiva dos motores de combustão também é uma oportunidade histórica para ajudar a acabar com nossa dependência do petróleo. Dá também a certeza de que a indústria automóvel precisa de aumentar a produção de carros elétricos, o que reduzirá os preços dos carros”, diz, citado no comunicado, o presidente da Zero, Francisco Ferreira.

A Zero alerta ainda no comunicado que os combustíveis sintéticos para carros, os e-combustíveis, não são solução, porque reduzem pouco as emissões de dióxido de carbono (CO2) e os carros são mais caros do que um carro elétrico. E diz que os ministros do Ambiente da UE não devem “deixar espaço para soluções verdes falsas”.

O transporte é um dos maiores emissores de CO2 na UE, sendo os automóveis, só por si, responsáveis por 12% do total de emissões de gases com efeito de estufa.

Em Portugal, o transporte rodoviário é a maior fonte de emissões de gases com efeito de estufa, correspondendo à quase totalidade do setor dos transportes que em 2020 representou cerca de 25% do total, afirma a Zero no comunicado, acrescentando que o setor de transportes consome 65% do petróleo na Europa, quase todo importado.

A norma final será negociada entre o Parlamento, Conselho e Comissão no segundo semestre do ano, quando a República Checa, ocupará a presidência do Conselho da UE.

// Lusa

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3 Comments

  1. Esta medida não me parece muito ambiciosa, dado que ainda faltam13 anos e refere-se só a automóveis novos. Os veículos pesados não estão abrangidos e os carros usados também não – já para não falar em barcos e motos.
    E para quando acabar com os táxis e os TVDE a gasóleo? Já hoje não se deveriam autorizar novas viaturas destas que não fossem eéctricas, ou pelo menos híbridas.

  2. Será mais do ambicioso plano que as construtoras automóveis lhes proposeram em dinheiro se a proposta for aprovada e portanto foi!
    Continuam a insistir em algo que que não é a solução para o problema da poluição automóvel, antes pelo contrário, polui ainda mais, enfim!

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