Graças a um poderoso supercomputador e um programa de modelagem atualizado, uma equipa de cientistas conseguiu prever uma erupção vulcânica no Equador, cinco meses antes de esta acontecer.
A capacidade de antecipar erupções vulcânicas é de extrema importância. Se ao menos a população de Pompeia tivesse a tecnologia que temos hoje ao nosso dispor, uma catástrofe poderia ter sido evitada.
Hoje em dia, os cientistas usam monitorizam vulcões ativos em busca de sinais de que possam entrar em erupção, como o aumento da atividade sísmica.
No entanto, este é um trabalho complicado. Existem cerca de 1.350 vulcões potencialmente ativos em todo o mundo — sem contar com os do fundo dos oceanos, como o de Tonga. Além disso, muitos deles não seguem padrões estabelecidos, como realça o portal Freethink.
Em 2017, investigadores da Universidade de Illinois Urbana-Champaign começaram a testar um modelo atualizado para prever erupções vulcânicas. Foram usados dados recolhidos por outra equipa de cientistas sobre o vulcão Sierra Negra, em Galápagos.
O modelo foi corrido em supercomputadores no National Center for Supercomputing Applications e as descobertas foram apresentadas numa conferência em março de 2018.
“O nosso modelo previu que a força das rochas que contêm a câmara de magma de Sierra Negra se tornaria muito instável em algum momento entre 25 de junho e 5 de julho, e possivelmente resultaria numa erupção”, disse a autora principal do estudo, Patricia Gregg.
No dia 26 de junho desse ano, o vulcão entrou em erupção pela primeira vez em 13 anos – um dia depois do início do período previsto pelos cientistas.
Os resultados da investigação foram publicados, este mês, na revista Science Advances.
Isto não significa que agora podemos prever todas as erupções vulcânicas. O Sierra Negra foi escolhido para o teste porque é relativamente previsível. Ainda assim, o estudo mostra como os supercomputadores podem ter um impacto prático no mundo – e talvez até salvar vidas.
