Os cientistas conseguiram ouvir uma bactéria

Se pudéssemos ouvir as bactérias, seríamos capazes de saber se estão vivas ou não – e, consequentemente, saber se um determinado antibiótico foi eficaz.

Uma equipa de investigadores da Delft University of Technology (TU Delft), nos Países Baixos, conseguiu captar o ruído de uma única bactéria utilizando grafeno, noticia o Science Daily.

Os cientistas decidiram testar o que aconteceria se o material, extremamente sensível, entrasse em contacto com um objeto biológico.

Para isso, realizaram algumas experiências com a bactéria E. coli., que colocaram em contacto com uma camada de grafenoo chamado “material maravilha” — que funcionou com um “tambor”.

“O que vimos foi impressionante! Quando uma única bactéria adere à superfície de um tambor de grafeno, gera oscilações aleatórias com amplitudes tão baixas como alguns nanómetros que fomos capazes de detetar. Conseguíamos ouvir o som de uma única bactéria”, comentou o investigador Cees Dekker.

As oscilações extremamente pequenas são o resultado dos processos biológicos das bactérias, com a principal contribuição da sua flagela (caudas na superfície celular que impulsionam as bactérias).

“Para compreender quão pequenas são estas batidas flagelares no grafeno, vale a pena dizer que são pelo menos 10 mil milhões de vezes mais pequenas do que um soco de um pugilista. No entanto, estas batidas de nanoescala podem ser convertidas em faixas sonoras e ouvidas”, explicou Farbod Alijani, líder da investigação científica.

Os resultados foram inequívocos: se as bactérias fossem resistentes ao antibiótico, as oscilações continuavam ao mesmo nível; mas se forem suscetíveis ao fármaco, as vibrações diminuem uma ou duas horas mais tarde, até desapareceram completamente.

O estudo, cujo artigo científico foi publicado recentemente na Nature Nanotechnology, tem fortes implicações na deteção da resistência aos antibióticos — e pode ajudar a acabar com as chamadas “superbactérias”.

ZAP //

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