TAP desperdiça cem slots por dia no Aeroporto de Lisboa

Ryanair e Easy.Jet já contestaram a forma como o processo de libertação de slots está a correr

Poucas semanas após a notícia de que a TAP vai deixar de operar sete rotas aéreas a partir do Porto, ficou-se a saber que companhia, que detém cerca de 50% das slots vagas no Aeroporto de Lisboa, não usa cerca de uma centena das janelas horárias por dia a que tem direito. Esta política já foi contestada por Ryanair e Easy.jet, que contestaram a concorrência e a acusaram a TAP de bloquear a concorrência e prejudicar o turismo e a economia nacional.

O Jornal de Notícias cita o plano de reestruturação da TAP, apresentado à Comissão Europeia, onde se pode ler que a companhia detém “45% a 55% da capacidade do Aeroporto de Lisboa no verão de 2022 e nas estações seguintes”. Ficou, por isso, decidido que, de forma a diminuir a distorção na concorrência, o apoio do Estado determinaria a libertação de 18 slots diárias na capital.

Perante tal anúncio, as duas companhias aéreas low-cost concorreram às referidas slots — protestando também o facto de a decisão só ser tomada em junho e só se efetivar no inverno. “A TAP bloqueou slots no Aeroporto de Lisboa (que não pode e não vai utilizar este verão). Apelamos ao primeiro-ministro para que liberte as slots não utilizadas para que a Ryanair possa trazer mais visitantes a Lisboa e assim acelerar a recuperação do turismo pós-covid em Lisboa, bem como empregos para os jovens”, explicou Michael O’Leary, CEO do Rayanair.

A mesma fonte dedicou-se a analisar os voos da primeira semana de abril, constantando que a TAP utilizou apenas 1868 das 2520 slots de que dispunha, considerando o cancelamento de 40 voos e deixando por usar cerca de uma centena de slots por dia. A companhia recusou-se a a dar esclarecimentos adicionais, dizendo apenas que “se a TAP não utilizar as slots, perde o direito à utilização”.

ZAP //

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