Le Pen nega desvio de fundos e acusa UE de “jogo sujo” para influenciar as presidenciais francesas

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Ian Langsdon / EPA

Marine Le Pen em noite de eleições

A campanha da candidata da União Nacional acusa a União Europeia de querer influenciar o resultado das eleições e de sair em defesa do seu “soldadinho”, referindo-se a Macron.

Depois de ter sido acusada de desviar fundos europeus públicos enquanto trabalhou como eurodeputada, Marine Le Pen saiu ao ataque contra a União Europeia, que acusa de estar a fazer um “jogo sujo” e de se imiscuir nas questões internas francesas ao tentar influenciar os resultados da segunda volta das presidenciais, que está marcada para dia 24, no próximo domingo.

A candidata da União Nacional e adversária de Emmanuel Macron acredita ainda que “os franceses não se deixarão enganar” pelas acusações e que estas não a surpreendem, cita o Público.

“Obviamente que contesto estas acusações, de que não fui informada, o que já de si levanta problemas em termos do Estado de direito, e sobre as quais não me foi fornecida qualquer prova, nem elemento, apesar dos pedidos que fiz”, afirmou a candidata de extrema-direita durante a campanha em Saint-Pierre-em-Auge.

Em causa estão suspeitas avançadas pelo Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) de que Le Pen e outros membros do seu partido terão desviado, no total, 620 mil euros de fundos europeus públicos para cobrirem as despesas do partido.

O advogado da candidata, Rodolphe Bosselut, saiu em sua defesa, dizendo que os factos em causa já têm “mais de 10 anos! e que “muitos deles não têm sequer contraditório”, lamentando que Le Pen não tenha tido acesso prévio ao relatório e questionando o timing da sua divulgação mesmo em cima das eleições. “É uma manipulação. E, infelizmente, não estou surpreendido”, criticou.

Já Laurent Jacobelli, porta-voz da campanha de Le Pen, lembra que sempre que esta se candidata a um cargo “é-lhe atirada uma bomba de mau cheiro, alguns dias antes das eleições”, geralmente vinda da União Europeia que vem agora “em auxílio do seu soldadinho”, referindo-se a Macron.

Com uma repetição do duelo de 2017 entre Le Pen e Macron, as sondagens dão geralmente uma vitória do candidato liberal e actual presidente, mas não descartam uma possível surpresa da candidata da União Nacional, que tem vindo a subir nas últimas semanas. Antecipa-se um confronto mais renhido do que há cinco anos, com Le Pen a subir nas intenções de voto graças às promessas de devolver o poder de compra aos franceses.

ZAP //

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