Os cientistas não sabem ao certo o que os símbolos significam, mas acreditam que se podem referir a um sistema de atribuição de nomes.
Uma nova descoberta arqueológica na Escócia trouxe lágrimas aos olhos dos cientistas, quando encontraram uma rocha esculpida pelos Pictos com formas geométricas, datada de há 1500 anos.
Os Pictos eram a população indígena de língua celta que viveram no norte e leste da Escócia e lideraram a resistência que impediu o sucesso da invasão romana no país.
A equipa descobriu inesperadamente a rocha, com 1.7 metros de comprimento, enquanto fazia uma pesquisa geofísica em Aberlemno, uma vila onde os Pictos viveram e onde outras pedras já foram encontradas, relata o Live Science.
A pedra incluiu formas geométricas com símbolos abstratos típicos dos Pictos, como ovais triplas, um pente e espelho, um crescente e discos duplos, com desenhos sobrepostos, o que indica que foram esculpidos em tempos diferentes. Não se sabe ao certo o que os símbolos significam, mas os autores acreditam que são um sistema que representa os nomes dos Pictos.
“É a descoberta de uma vida, genuinamente“, afirma James O’Driscoll, um dos arqueólogos da equipa, num vídeo da Universidade de Aberdeen. Apenas 200 destas rochas foram encontradas até agora, incluindo uma que retratava cenas da Batalha de Nechtansmere — uma vitória dos Pictos sobre o reino anglo-saxónico de Nortúmbria.
Esta rocha foi encontrada no início de 2020, com a equipa a notar anomalias subterrâneas que sugeriam que lá estariam destroços da comunidade. Os cientistas escavaram assim mais fundo para descobrirem o que lá estava e encontraram assim a pedra com as formas geométricas.
A equipa só conseguiu remover e examinar a pedra mais tarde, devido aos confinamentos. As esculturas foram datadas do século V ou VI A.C. e estas rochas são bastante raras.
“São ocasionalmente escavadas pelos arados dos agricultores ou durante a construção de estradas, mas quando as podemos analisar, muito do que as rodeia já foi perturbado. Encontrar algo assim é absolutamente notável e nenhum de nós podia acreditar na nossa sorte”, revela Gordon Noble, líder da escavação, num comunicado.
Os cientistas acreditam ainda que a rocha foi depois usada no pavimento de um edifício do século XI ou XII. A pedra está agora no laboratório de conservação Graciela Ainsworth, em Edinburgo, onde os investigadores a vão estudar mais.