Representantes dos partidos políticos estão confiantes que o processo vai decorrer com normalidade e que o país poderá retomar a normalidade política.
A contagem dos votos do círculo da emigração termina amanhã no Centro de Congressos de Lisboa, depois dos resultados relativos às eleições legislativas de 30 de janeiro terem sido anulados pelo Tribunal Constitucional como consequência de os boletins não estarem acompanhados por uma fotocópia do Cartão de Cidadão, tal como determina a lei.
A confusão originou que os representantes das mesas de voto utilizassem critérios distintos, determinando a validação ou anulação de votos na mesma condição.
No entanto, a repetição do ato eleitoral não resolveu por completo a questão, já que muitos dos votos continuam a chegar sem identificação. Ao semanário Expresso, Francisco Marques, presidente da mesa 76 do círculo da Europa, avançou que numa “caixa vinham 267 votos e 50 deles foram considerados nulos“. Entre os motivos, está, precisamente, a ausência da cópia do Cartão de Cidadão ou do Bilhete de Identidade, mas também a sua inserção no envelope errado.
“É frustrante, porque estas pessoas vão voltar a ter os seus votos anulados”, apontou. “Acaba por ser ridículo. A razão que levou à repetição das eleições no círculo da Europa repete-se. Seja por medo, dos eleitores cometerem algum ilegalidade [pela lei que proíbe a reprodução do cartão], seja por desconhecimento ou apenas como voto de protesto“, disse outro membro da mesa.
Ainda segundo o Expresso, numa outra mesa, uma das caixas transportava 250 envelopes, dos quais quase metade foram anulados (111), pelo mesmo motivo.
Ao contrário do que aconteceu com a eleição de 30 de janeiro, os delegados dos partidos, nomeadamente do PSD, consideraram que o processo decorre com “normalidade“. Maria Ester Vargas, que encabeçava a lista do PSD pelo círculo da Europa, realçou o facto de as mesas de voto estarem a “cumprir a lei“, contrariamente ao que aconteceu em fevereiro.
“Penso que as pessoas já estão consciencializadas do seu papel, e portanto, a nossa expectativa é que tudo corra da melhor forma, no cumprimento estrito da lei e que amanhã possamos ter os resultados desta ‘segunda’ volta das eleições.” A representante do PSD está também confiante de que o processo vai permitir ao país entrar “finalmente” numa “nova fase“.
Paulo Pisco, cabeça lista do PS, mostrou-se convicto de que nesta repetição não haverá motivo para que existam problemas na contagem dos votos. “O processo está a decorrer com toda a normalidade, não há nenhum tipo de dificuldade que tenha sido levantada na constituição das mesas neste primeiro dua de contagem dos votos”, disse o representante ao Expresso.
“Não é só o PS, penso que todos os partidos políticos desejam agora isso e estamos todos empenhados em fazer com que a contagem corra bem e o processo termine amanhã, tal como a lei prevê e que não haja nenhum tipo de sobressaltos”. Ainda segundo Paulo Pisco, até segunda-feira tinham chegado 96 mil votos, aos quais se juntaram 11 mil votos ontem.
Há gente que nem à segunda tentativa aprende…
Agora não misturem os votos validos com os invalidos!…