Regime é uma variação da dieta mediterrânica e surgiu devido à impraticabilidade do esquema original devido à ausência de alimentos.
Apesar de a dieta mediterrânica ser tida como referência e exemplo para muitos especialistas, são cada vez mais os estudos que começam a considerar a dieta nórdica como outro regime a considerar. Segundo esta filosofia, a ingestão de melhores alimentos é benéfica, mesmo que não resulte numa perda de peso, já que resulta, ainda assim, na redução de açúcar no sangue e colestrol.
“É surpreendente porque a maioria das pessoas acredita que os efeitos positivos do açúcar no sangue e no colestrol se devem exclusivamente à perda de peso”, descreveu Lars Ove Dragsted, nutricionista da Universidade de Copenhaga e autor de uma nova pesquisa sobre o tema. “Através deste estudo descobrimos que este não é o caso. Existem outros mecanismos em jogo.”
Apesar de a dieta mediterrânea ser a mais conhecida e minuciosamente estudada, para além de frequentemente recomendada, não é prática e exequível para pessoas de outras regiões do mundo, que se batem com dificuldades logísticas no acesso a produtos ou oposições do ponto de vista cultural. Como tal, isto levou ao desenvolvimento de outras dietas regionais saudáveis, como a dieta nórdica, através de produtos alimentares equivalentes que estão facilmente disponíveis nos países em questão e até já são consumidos tradicionalmente pelos indivíduos
De acordo com o Science Alert, a dieta nórdica tem muitas semelhanças com a dieta mediterrânica, colocando ênfase em alimentos à base de plantas, com quantidades moderadas de peixes e ovos, e uma pequena quantidade de laticínios. Os dois esquemas limitam os alimentos processados, como os doces e as carnes, mas a dieta nórdica favorece, por exemplo, o óleo de canola e azeite, que têm alguns ácios gordos ómega 3 saudáveis, semelhantes aos encontrados nos peixes.
Tal como na dieta mediterrânica, os estudos sugerem que a sua adoção reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e mortalidade no geral. Nesta nova pesquisa, a equipa de Dragsted analisou amostras regulares de sangue e urina de 200 voluntários com mais de 50 anos de idade de seis centros de saúde na Suécia, Dinamarca, Islândia e Finlândia durante quatro semanas, nas quais começaram consumiram a sua dieta habitual.
Posteriormente, a equipa recolheu novamente amostras durante mais 19 a 24 semanas, quando metade dos indivíduos seguiram dietas nórdicas, ao passo que os restantes permaneceram com uma dieta de controlo. As duas dietas foram calculadas de forma a que os participantes mantivessem um peso estável.
“O grupo que tinha seguido a dieta nórdica durante seis meses tornou-se significativamente mais saudável“, apontou Lars Ove Dragsted, “com níveis de colestrol mais baixos, níveis globais mais baixos de gordura saturada e insaturada no sangue, e melhor regulação da glicose, em comparação com o grupo de controlo”.
Com os níveis de obesidade a aumentar em todo o mundo, a contribuírem para doenças cardiovasculares, diabetes, e outras doenças, os investigadores salientam que a perda de peso continua a ser importante, mas que não é o único factor que contribui para os benefícios da dieta nórdica.
Resultados semelhantes foram também encontrados com a dieta mediterrânica — com um enorme estudo a longo prazo de 79.000 pessoas revelando que aqueles que, na sua maioria, se agarraram à dieta tiveram melhores resultados em termos de mortalidade, independentemente do seu peso. Um estudo de 2018 também indicou que a concentração em tipos de alimentos em vez de porções pode ser um método mais eficaz e mais sustentável para a perda de peso. Mas a eficácia de qualquer dieta em particular pode também depender da qualidade dos alimentos que se pode pagar.