A invasão da Ucrânia pelas tropas russas já provocou a fuga de cerca de 2,69 milhões de ucranianos, segundo o balanço divulgado hoje pela Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A Polónia acolheu mais de metade destas pessoas, recebendo 1,6 milhões de refugiados ucranianos, enquanto 246.000 foram para a Hungria, 195.000 para a Eslováquia, 105.000 para a Rússia, 104.000 para a Moldova, 84.000 para a Roménia e cerca de 900 para a Bielorrússia, entre outros países.
Mais de 300.000 refugiados ucranianos encontram-se também noutros países europeus não vizinhos da Ucrânia, de acordo com os números do ACNUR.
O êxodo de refugiados ucranianos é o maior da Europa desde a II Guerra Mundial, ultrapassando mesmo os causados por todas as guerras na ex-Jugoslávia durante os anos 90 (2,4 milhões, segundo estimativas das organizações humanitárias).
As estimativas efetuadas pelo ACNUR nos primeiros dias da guerra indicavam que o conflito pudesse originar cerca de quatro milhões de refugiados.
Contudo, face à rápida evolução dos números em pouco mais de duas semanas de guerra, os responsáveis da organização acreditam que o fluxo de pessoas em fuga da Ucrânia venha a ser ainda maior.
Além dos ucranianos que já deixaram o seu país somam-se mais de dois milhões de pessoas deslocadas internamente pela guerra, um número que, segundo o ACNUR, poderá aumentar para 6,7 milhões se a guerra se arrastar.
Guerra já causou a morte de 85 crianças
Pelo menos 85 crianças foram mortas e uma centena feridas na Ucrânia desde a invasão do país ordenada pelo Presidente russo Vladimir Putin em 24 de Fevereiro, anunciou hoje a Procuradoria-Geral ucraniana.
“Como resultado da agressão armada da Federação Russa, até à manhã de 13 de março, 85 crianças foram mortas e quase mais 100 ficaram feridas na Ucrânia”, revelou o gabinete do procurador-geral,
A informação foi transmitida pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform, acrescentando que a maioria das vítimas é das regiões de Kiev, Kharkiv, Donetsk, Sumy, Kherson, Mikolaiv e Zitomir, todas no norte, leste e sul do país.
Os bombardeamentos das tropas russas já danificaram 369 instituições de ensino, 57 das quais foram completamente destruídas.
O maior número de destruições tem sido documentado na região de Donetsk (leste), com 119 instituições de ensino, seguindo-se as zonas de Mikolaiv (30), Sumy (28), Kiev (28, com 17 a verificarem-se na própria capital ucraniana) e Kherson (21).
“Só em 12 de março de 2022, 11 estabelecimentos escolares da região de Mikolaiv foram danificados. Além disso, 11 unidades de saúde e três centros de reabilitação, incluindo para crianças com deficiência, foram desmantelados”, adiantou o Ministério Público ucraniano.
Estes números, que não podem ser verificados por uma fonte independente, não são definitivos, dadas as dificuldades das autoridades ucranianas em inspecionar os locais que foram alvo de ataques.
ZAP // Lusa