Após serem discriminadas pelo sistema, as japonesas já entram mais nas escolas de Medicina do que os homens

Em 2018, foi conhecido que várias escolas de Medicina no Japão chumbavam mulheres deliberadamente. Em 2021, as candidaturas de mulheres aprovadas já superaram as dos homens.

O escândalo abalou o Japão em 2018, quando foi conhecido que várias escolas de Medicina, incluindo dez das mais prestigiadas do país, tinham deliberadamente dado notas inferiores e chumbado candidatas mulheres para garantirem que um número suficiente de homens entrava.

As escolas justificaram estas práticas com preocupações de que as mulheres abandonassem as carreiras para começarem uma família numa altura em que o país já tem uma falta de médicos.

O caso suscitou acusações de uma cultura institucionalmente sexista na academia japonesa e apelos a que os processos fossem mais transparentes, depois de ter rebentado na sequência da revelação de que a Universidade de Medicina de Tóquio tinha oferecido um lugar ao filho de um responsável do Ministério da Educação em troca de um favor.

Agora, quase quatro anos depois do escândalo rebentar, as mulheres japonesas já conseguiram resultados melhores do que os homens nos exames para entrarem em Medicina, nota o The Guardian.

De acordo com os dados governamentais, 13,6% das candidatas passaram nos exames em 81 escolas de Medicina na última Primavera, enquanto que apenas 13,51% dos homens foram aprovados.

Esta foi a primeira vez que as mulheres se saíram melhor do que os homens desde que o Ministério da Educação começou a fazer o registo, em 2013.

Das escolas que descriminaram as mulheres, seis já tiveram uma taxa de aprovação feminina maior do que masculina em 2021. O Ministério da Educação reforça que estes dados provam que as mulheres já não têm uma desvantagem sistémica quando se candidatam para estudarem Medicina.

No entanto, proporção de mulheres médicas no Japão continua a ser significativamente mais baixa do que noutros países desenvolvidos.

Um inquérito do Governo feito em 2018 concluiu que apenas 21,9% dos médicos no país são mulheres, a taxa mais baixa entre os países membros Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), onde a média de mulheres médicas em 2015 era 46%.

ZAP //

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