Consultas e cirurgias no SNS já voltaram aos valores pré-pandemia

Mesmo com os resultados positivos, os especialistas alertam para que se cumpra o que ficou para trás para haver uma verdadeira recuperação.

O número de cirurgias e consultas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde já voltaram aos níveis antes da pandemia, avança o Público. Os dados do Portal do SNS mostram que entre Janeiro e Dezembro de 2021, foram realizadas 613 mil cirurgias e 12,4 milhões de consultas, números que até são ligeiramente superiores aos de 2019.

Em 2020, deu-se uma quebra abrupta no número de consultas e operações devido à sobrecarga que a covid-19 impôs ao SNS. A subida no número de consultas deveu-se mais às consultas subsequentes e no caso das cirurgias, o peso das intervenções realizadas em ambulatório no total das intervenções programadas foi de 68,4% quando em 2019 essa percentagem era de 66,1%.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, estes dados “significam que já [se conseguiu] ter uma actividade semelhante à de 2019, o que é bom, mas falta o que ficou para trás”.

Recuperação é fazer o que ficou para trás”, reforça Miguel Guimarães, lembrando que ficaram 100 mil cirurgias por fazer em 2020, de acordo com a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).

Alexandre Lourenço, presidente da APAH, também concorda que não se pode falar em recuperação, mas acredita que não seria que possível que os profissionais de saúde fizessem mais porque “não houve tomada de medidas nas janelas de oportunidade que existiram para recuperar”.

É também importante saber “o que foi feito”. “É importante que a recuperação aconteça em áreas prioritárias, de acordo com o impacto que houve na população. Acho que isso foi feito hospital a hospital, mas é importante saber se aconteceu em todo o território nacional”, apela.

O números resultam de um investimento do Ministério da Saúde no regime excepcional de recuperação de actividade e de “um desgaste enorme” dos profissionais. O presidente da APAH sublinha que “é insustentável que este modelo se mantenha” e sugira “mais autonomia” para os hospitais responderem melhor.

ZAP //

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