O potencial de efeito de estufa diminuiu 1,8% em 2012, enquanto o valor acrescentado bruto, relacionado com a riqueza produzida pelo país, registou uma queda mais acentuada, de 2,6%, segundo dados do INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou as Contas das Emissões Atmosféricas, que analisam as implicações ambientais da atividade económica do país e relacionam estes indicadores com as Contas Nacionais.
Todos os indicadores ambientais (efeito de estufa, acidificação e formação de ozono troposférico) desceram entre 1995 e 2012, enquanto o Valor Acrescentado Bruto (VAB) aumentou.
O potencial efeito de estufa subiu até 2005, seguindo a evolução do VAB, enquanto entre 2006 e 2011 desceu, embora o VAB tenha crescido até 2011, uma dissociação entre a atividade económica e este indicador ambiental que é realçada pelo INE.
“Em 2009 e 2011, as emissões de gases com efeito de estufa reduziram-se mais do que o VAB, contrariamente ao que sucedeu em 2012”, aponta.
O nível de emissões está muito dependente dos métodos e materiais utilizados no setor da energia, água e saneamento, que tem o maior peso relativo, ao representar cerca de 30% do total das emissões causadoras do potencial efeito de estufa no período 1995 a 2012.
A fonte hídrica para produção de eletricidade, fortemente condicionada pela pluviosidade, “tem um peso significativo” e 2012 foi o primeiro ano em que foi ultrapassada pela produção de energia eólica, o que teve influência nas emissões.
Em 2012, os principais responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa foram, além da energia, água e saneamento, com 31,8%, a indústria, com 23,8%, e as famílias, com 19%. Já entre 1995 e 2012 a indústria reduziu o seu peso e as famílias aumentaram-no.
A energia, água e saneamento é o ramo que emite mais quilogramas equivalentes de dióxido de carbono por unidade de VAB, acima da média do total das atividades económicas, seguindo-se a agricultura, silvicultura e pesca.
O potencial de acidificação e a formação de ozono troposférico, que pode ter consequências na saúde, têm descido desde 1995, “em dissociação” com a evolução da economia.
A agricultura, silvicultura e pesca foram responsáveis por 34,8% do potencial de acidificação, principalmente devido às emissões de amoníaco, e a energia tem vindo a perder peso nesta área.
Quanto ao potencial de formação de ozono, a indústria aparecia em primeiro lugar, com 36% do total, seguida das famílias, com 25,2%, embora tenha vindo a descer o seu papel devido às soluções para reduzir a poluição dos automóveis.
O INE refere o indicador potencial de efeito de estufa per capita, em que Portugal tem valores mais baixos do que a maior parte dos países da União Europeia, com 6,66 toneladas equivalentes de dióxido de carbono, contra 9,28 toneladas da média europeia.
O gasóleo é a forma de energia mais utilizada pela economia, com 25,7%, seguido do gás natural, com 19,6%, e do carvão, com 15%, representando 60% do total da energia associada às emissões.
/Lusa