Os críticos argumentam que um dos lados da carruagem De Gouden Koets está decorado com uma imagem que glorifica o passado colonial do país.
A carruagem não é utilizada pela família real holandesa desde 2005, mas tem sido tradicionalmente usada para transportar os monarcas até ao Parlamento.
Agora, está excluída e não poderá ser usada nas deslocações oficiais do rei Willem-Alexander.
A De Gouden Koets está no centro de uma polémica sobre a escravatura. “Não podemos reescrever o passado, mas podemos tentar aceitá-lo juntos e isso também se aplica ao passado colonial”, disse o rei, num vídeo oficial da casa real, publicado nas redes sociais.
“A De Gouden Koets só pode ser usada quando a Holanda estiver pronta para isso. E esse não é o caso no momento. Enquanto houver pessoas na Holanda que sintam a dor da discriminação diariamente, o passado ainda lançará a sua sombra sobre o nosso tempo”, assumiu.
Segundo a BBC, a imagem controversa apresentada na carruagem chama-se “Tributo das Colónias” e representa o povo negro e asiático – um dos quais ajoelhado – a oferecer mercadorias, incluindo cacau e cana-de-açúcar, a uma jovem mulher branca, que simboliza os Países Baixos.
Sentado ao seu lado está um homem a oferecer um livro a um jovem. Em 1896, o pintor da obra, Nicolaas van der Waay, disse que o objetivo era retratar o presente da “civilização” dos Países Baixos às suas colónias.
Há pessoas que acusam a monarquia de glorificar um período de opressão racista e desumana do país. Contudo, há também quem defenda o artefacto, considerando que a carruagem é um objeto histórico que revela momentos importantes da história da Holanda que não devem ser apagados.