Antigo ministro é crítico da forma como a sua família foi arrastada para o caso e revelou que mantém contactos frequentes com José Sócrates.
Manuel Pinho, antigo ministro da Economia de José Sócrates, diz que ninguém conseguirá provar que favoreceu indevidamente a EDP durante o período em que integrou o Governo, justificando as trocas de informações e e-mails como contactos essenciais com uma empresa que tinha uma quota de mercado brutal. “Houve favorecimento ou não houve? Não houve. O favorecimento não é dizer ‘eu acho que sim, eram muito amiguinhos’, isso não interessa”, vincou.
Em entrevista ao Expresso, Pinho reafirmou a sua inocência, dizendo – entre outras coisas – que a ida para o Governo foi um erro, já que tal escolha o prejudicou imenso e levou À perda de uma “fortuna incalculável”. Já sobre a sua passagem pelo Banco Espírito do Santo, o antigo governante diz “ter sido sempre independente relativamente aos interesses do BES e do GES”. “Eu quis desligar-me do BES numa altura em que havia BES. E isso foi por alguma razão”, afirmou.
O antigo ministro da Economia negou ter mantido uma avença com o Grupo Espírito Santo enquanto desempenhou funções oficiais, recusando-se, ainda assim, a desenvolver o tema, e afirmando que tudo se tratou de uma “mera carta de cortesia” em que cessou a sua relação laboral com o BES.
“Sobre essa questão adotámos uma estratégia: uma vez que o Ministério Público está a investigar-me há 10 anos, acuse-me. A resposta deve ser dada depois de uma acusação. Dez anos é mais do que tempo para investigar e ter uma acusação. Eu nego ter recebido um euro que seja do BES ou do GES que não fosse devido“, vincou.
Relativamente ao seu envolvimento no patrocínio da EDP para a Universidade de Columbia, onde lecionou, Manuel Pinho remete o assunto para a área da casualidade, dizendo que, juntamente com a sua mulher, foi apresentado “a uns responsáveis numa altura em que a Universidade de Columbia era muito fraca na área da energia”, pelo que foi um “casamento natural”. Sobre este tópico nega ainda a ideia defendida pelo Ministério Público de que teria recebido, pelos seus serviços de docência, 600 mil euros. “Isso não corresponde à realidade. Eu tenho as folhas dos salários. Fui fazer as contas e era metade ou menos de metade.”
Na entrevista, Pinho lamentou o envolvimento da sua família, sobretudo da mulher. “Ela merece ser respeitada. Não é uma coitadinha. Vem no processo que ela arranjou emprego por minha causa. A minha mulher não é uma cidadã de segunda, ela fez um trabalho verdadeiramente fenomenal, é uma pessoa modesta.”
Finalmente, não poupou nas palavras para criticar o sistema judicial português — apelidou mesmo a justiça portuguesa de “totoloto” — realçando a diferente abordagem e estilos dos magistrados.
“Vai-se parar a um juiz e sabe-se que a decisão é uma. Vai-se parar a outro juiz e a decisão é outra. Até o meu caso mostra que se fosse no princípio de dezembro a situação era uma e no final de dezembro a decisão é outra. É a chama ‘justiça totoloto’. E uma justiça totoloto não é uma justiça justa, não é uma justiça que dê o mínimo de garantias aos cidadãos”, contestou.
Outro que não se enxerga!! Infelizmente já há muito poucas pessoas sérias com responsabilidades políticas, valores, carácter, princípios morais já não se usam…
Curioso. Os contribuintes/cidadãos também perderam, perdem e perderão uma fortuna por este tipo, e outros como ele, ter ido para o Governo.
Pois ele perdeu uma fortuna e nós contribuintes também, de facto foi uma calamidade ele ir para o governo.
Um macacão do sistema e ao seu serviço, enquanto desempenhou funções no governo. A justiça para estes é sempre injusta os momentos das detenções são vergonhosos e desrespeitam os visados. O lamentável, mas não estranho, é os políticos dos partidos que alternadamente têm governado, insurgirem-se contra os métodos da justiça. Talvez receiem que chegue a sua vez.
Não sou apreciador do encona, as Pessoas que prevaricam devem ser julgadas e condenadas ou absolvidas, de preferência sem indemnizações, andar a fazer espetáculo só é bom para a dita comunicação social, é papinha para as televisões, que não compram programas e ficam com matéria para preencher as horas de transmissão, e para alguns do povo preencher o ego, para o País, para os Portugueses é enconar os assuntos não resolver nada, temer uma indeminização, e esperar que as causas vão sendo prescritas, e a justiça fica por fazer, os casos a existentes devem ser julgados e arrumados ,enconar não leva a lado nenhum para alem do espetáculo, não concordo que as autoridades judiciais se sirvam das televisões para fazer o julgamento na praça púbica que não conseguem fazer nos tribunais como era devido.
Mudaram-se os tempos, agora é a justiça portuguesa o ópio do povo…
Coitado, não deve ter conseguido sacar tanto como desejava!