A grande maioria dos lares não tem condições nem recursos humanos para fazer autotestes à covid-19 aos visitantes.
É obrigatória a realização de, pelo menos, um autoteste para aceder a lares. No entanto, avança o Expresso, a medida não está a ser aplicada de forma generalizada.
Dirigentes de associações que representam estas estruturas residenciais alegam falta de condições. Manuel Caldas de Almeida, vice-presidente da União das Misericórdias Portuguesas, diz não ter conhecimento de lares que estejam a fazer autotestes.
“É suposto os lares disponibilizarem uma sala para isto, garantindo a higienização e o distanciamento social, mas não há condições para isso”, explica o responsável.
Em causa está, fundamentalmente, a falta de profissionais de saúde para supervisionar e certificar os testes.
Rui Fontes, presidente da Associação Amigos da Grande Idade, sublinha que “uma grande parte dos lares recusa-se”. Apenas os lares privados fazem autotestes, “para facilitar as entradas nas instalações”, acrescenta.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) determina que a supervisão e a certificação da realização de autotestes, nas 24 horas anteriores à utilização do resultado, deve ser efetuada por um profissional de saúde.
Caso o teste seja realizado no momento do acesso, a supervisão deve ser feita por um “responsável designado para o efeito, devidamente identificado, no estabelecimento ou espaço”.
Estes testes têm validade “apenas para o acesso e durante a permanência no estabelecimento ou espaço”.
A maioria das farmácias também não estão a certificar autotestes, como explicou ao Expresso Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias: “A grande maioria das farmácias não tem condições para certificar autotestes. Seria necessário ter instalações que as pessoas pudessem usar para esse efeito, e a generalidade das farmácias não as tem”.