Cientistas descobriram uma nova espécie de réptil marinho através de um fóssil com 130 milhões de anos encontrado na Colômbia.
O fóssil, um crânio com um metro de comprimento, mostra que o espécime foi um dos últimos ictiossauros – uma ordem de répteis marinhos já extintos que se parecem muito com os peixes-espada dos dias de hoje.
“Este animal desenvolveu uma dentição única que lhe permitiu comer presas grandes. Enquanto outros ictiossauros tinham dentes pequenos e do mesmo tamanho para se alimentarem de pequenas presas, esta nova espécie modificou o tamanho e o espaçamento dos seus para construir um arsenal capaz de comer presas grandes, como peixes grandes e outros répteis marinhos”, explica, em comunicado, Hans Larsson, diretor do Museu Redpath da Universidade McGill.
“Decidimos chamá-lo Kyhytysuka sachicarum, que se traduz em ‘aquele que corta com algo afiado’ numa língua indígena da região da Colômbia central onde o fóssil foi encontrado, para homenagear a antiga cultura Muisca que lá existiu durante milénios”, acrescentou a estudante Dirley Cortés, uma das autoras do estudo publicado, no final de novembro, na revista científica Journal of Systematic Paleontology.
“Comparámos este animal com outros ictiossauros do Jurássico e do Cretáceo e fomos capazes de definir um novo tipo de ictiossauro. Isto mexe com a árvore evolutiva dos ictiossauros e permite-nos testar novas ideias sobre como evoluíram”, disse também Erin Maxwell, do Museu de História Natural de Stuttgart.
De acordo com os investigadores, esta espécie vem de um importante período de transição durante o Cretáceo Inferior. Na altura, a Terra estava a sair de um período relativamente frio, os níveis do mar aumentaram e o super-continente Pangeia estava a dividir-se. Houve também um evento de extinção global no final do Jurássico que mudou os ecossistemas marinhos e terrestres.