O plâncton moveu montanhas (literalmente)

Paul Hamilton / Wikimedia

Vista dos Himalaias

Se não fosse a vida na Terra, a superfície do nosso planeta teria sido mais plana. Uma nova investigação revelou, recentemente, que a vida primitiva desempenhou um papel fundamental na criação de montanhas.

Algumas das maiores cordilheiras da Terra receberam um impulso inesperado de formas de vida primitivas, cujos restos lubrificaram movimentos de lajes rochosas e permitiram que se amontoassem para formar montanhas.

“As montanhas são formadas por placas de pedra empilhadas umas sobre as outras, mas empilhar nesta escala teria sido impossível devido à fricção entre as rochas”, explicou o investigador John Parnell, da Universidade de Aberdeen.

“Algo tinha de ajudar aquelas rochas a deslizar umas sobre as outras“, acrescentou, citado pelo The Guardian.

O segredo foi a lubrificação que resultou de uma explosão no crescimento do plâncton primitivo, há cerca de dois mil milhões de anos. O fenómeno aconteceu na sequência de uma grande mudança climática que afetou a Terra e teve um efeito duradouro na sua superfície.

O plâncton é um conjunto de organismos que se encontram na base da cadeia alimentar marinha, vitais para a saúde da vida oceânica. O seu papel foi, no entanto, ainda mais importante há dois mil milhões de anos.

Quando o plâncton morreu, depositou-se no fundo do oceano e formou grafite. Esta, por sua vez, desempenhou um papel crucial na lubrificação, fazendo com que as rochas se empilhassem umas sobre as outras.

A nova investigação, cujo artigo científico foi publicado na Communications Earth and Environment, demonstrou que a chave para a formação de montanhas foi a vida.

Se, por um lado, a interação das forças geológicas criou as condições favoráveis  para a evolução da vida na Terra (como os oceanos), também o contrário aconteceu. A vida influenciou a geologia do nosso planeta.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.