O Ministério Público suspeita que o dinheiro das comissões de transferências de jogadores do FC Porto era usado para influenciar resultados desportivos.
Segundo consta dos despachos relativos aos mandados de buscas recentemente realizadas nas instalações do clube e em casa do presidente Pinto da Costa, o Ministério Público está a investigar o FC Porto por entregas de dinheiro a pessoas com alegada “capacidade de influenciar a sorte dos resultados desportivos”.
Segundo a CMTV, o Ministério Público acredita que o FC Porto usava o dinheiro gerado pelo esquema de comissões alegadamente concebido por Pinto da Costa e Pedro Pinho para desviar dinheiro da SAD do FC Porto não só em benefício próprio mas também para pagar a pessoas “que podiam alterar resultados a favor do clube”.
Nos mandados de busca não é especificado quem são estas pessoas, e o procurador Rosário Teixeira não revela as provas que já recolheu.
No entanto, diz o CM, este “saco azul” terá servido para fazer pagamentos de diferentes tipos, nomeadamente em duas situações diferentes: serviços de bruxaria, e pagamentos a elementos da arbitragem para obter resultados favoráveis.
Segundo aponta a investigação que levou à realização de buscas a Pinto da Costa e ao filho mais velho, Alexandre Pinto da Costa, nos últimos quatro anos o FC Porto pagou 64 milhões em comissões a empresários. O MP suspeita que, deste valor, pelos menos 20 milhões de euros tenham sido pagos de forma ilegal.
Investigadores do Fisco e do Ministério Público estão agora a investigar os negócios feitos pelo FC Porto no período entre Março de 2017 e os primeiros três meses de 2021.
Há cinco transferências suspeitas que estão a ser especialmente analisadas pelos investigadores, envolvendo Ricardo Pereira, Quintero, Felipe, Tiquinho Soares e Éder Militão, entre 2018 e 2020. Estas cinco transferências envolveram, de forma directa ou indirecta, os empresários Pedro Pinho e Bruno Macedo.
Os procuradores entendem que Pinto da Costa é a principal figura no alegado esquema financeiro montado no clube. Na transferência de Éder Militão, realça o jornal Público, o presidente do FC Porto terá lucrado três milhões.
O central brasileiro, comprado pelo clube ao São Paulo em 2018, custou ao clube portista 7 milhões de euros. “Três milhões foram cedidos a um intermediário, suscitando-se a suspeita de que os beneficiários finais, além do agente, seriam os administradores do FC Porto, designadamente Pinto da Costa”, escreve o MP.
Em algumas destas negócios eram usadas empresas que recebiam directamente as comissões do FC Porto e, posteriormente, as transferiam para as empresas do círculo de Alexandre Pinto da Costa e Pedro Pinho, diz o MP, citado pelo Público.
O presidente do FC Porto, no discurso com que encerrou esta segunda-feira a Gala dos Dragões de Ouro, no Estádio do Dragão, considerou as operações judiciais que o envolvem uma campanha de “calúnias e mentiras”.
Entre suspeitas de que os alegados desvios de verbas podem ter sido usadas quer para benefícios pessoais quer para influenciar resultados desportivos, o FC Porto surge na Operação Cartão Azul com um duplo papel: o de vítima do desvio de fundos e o de acusado pelos benefícios desportivos alegadamente recebidos.
Os títulos têm andado divididos entre dois clubes os mesmos que têm sido acusados de várias fraudes, mas às quais a justiça tem feito vista larga, será simples coincidência? Será mais uma encenação e tudo ficará em águas de bacalhau como de costume, caso se tratasse de um pequeno clube e esse sim, teria contas a prestar!