Os prejuízos da TAP S.A. nos primeiros nove meses do ano atingiram os 627,6 milhões de euros, uma melhoria de 10,4% em termos homólogos, adiantou a empresa em comunicado enviado à CMVM.
“O resultado líquido a 30 setembro de 2021 foi negativo em 627,6 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 73,0 milhões de euros quando comparado com o período homólogo”, lê-se na mesma nota.
“Para este resultado contribuiu o impacto negativo das diferenças de câmbio de -125,3 milhões de euros dos quais 104,6 milhões de euros “são devidos à depreciação EUR/USD em rendas futuras e por isso sem impacto em caixa”, acrescenta o comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
De acordo com a companhia aérea, “as receitas a 30 setembro 2021 foram marcadas pela recuperação do tráfego de verão, mas ainda 67% abaixo de 2019, com o Brasil a abrir fronteiras apenas no início de setembro e os EUA ainda fechados” destacou a TAP.
Assim, “o total de receitas operacionais alcançou 826,8 milhões de euros ligeiramente abaixo em 1,7% quando comparado com o mesmo período em 2020”, indicou, salientando que “para este resultado contribuiu o decréscimo em receitas de passageiros de 91,2 milhões de euros (-13,0% YoY), o qual foi parcialmente compensado pelo segmento de carga e correio, que aumentou 81,9 milhões de euros (+102,8%)”.
Além disso, o total de custos operacionais ascendeu a 1.250,0 milhões de euros “um decréscimo de 201,4 milhões de euros (-13,9%) quando comparados” com o período homólogo, “maioritariamente explicados pela redução material na rubrica de depreciações e amortizações (-81,0 milhões de euros) e custos com operações de tráfego (-35,7 milhões de euros)”.
De acordo com a TAP, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) aumentou em 106,0 milhões de euros para -75,2 milhões de euros.
Em 30 de setembro de 2021, a empresa tinha uma posição de caixa de 397,6 milhões de euros e uma dívida financeira bruta (excluindo passivos de locação sem opção de compra) “de 2,7 mil milhões de euros que inclui o empréstimo da República Portuguesa de 1,2 mil milhões de euros”, indicou a TAP.
A empresa revelou ainda que, no que diz respeito ao terceiro trimestre deste ano, o “resultado líquido foi de -134,5 milhões de euros”, um “ligeiro decréscimo de 6,4 milhões de euros quando comparado” com o trimestre anterior.
De acordo com o comunicado, “a TAP apresentou um crescimento de 127,0% no número de passageiros no terceiro trimestre deste ano quando comparado com o trimestre anterior e +144,7% quando comparado com o período homólogo de 2020”.
Além disso, “o aumento de 210,5 milhões de euros nas receitas operacionais para 443,7 milhões de euros (+90,3% comparado com o trimestre anterior) foi impulsionado pelo aumento nas receitas de passageiros que aumentaram 214,9 milhões de euros, alcançando 368,5 milhões de euros”.
“Enquanto as receitas quase duplicaram, os custos operacionais alcançaram 489,5 milhões de euros o que mostra um aumento modesto de +27,9% quando comparados com o segundo trimestre deste ano”, lê-se na mesma nota, um crescimento “maioritariamente explicado pelos custos com combustíveis e custos de tráfego das operações que aumentaram +71,4% e +76,1% respetivamente”.
Numa mensagem a acompanhar estes resultados, a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, referiu que se trata de uma recuperação “lenta”, mas mostra-se “cautelosamente confiante”.
“A abertura das fronteiras nos principais mercados da TAP está refletida na sua performance financeira, dando-nos o primeiro sinal de uma recuperação lenta de um período difícil e desafiante para a indústria da aviação, para a companhia e para os seus satekeholders. Estamos cautelosamente confiantes que esta tendência será sustentável e que será refletida na situação financeira da TAP”, cita o jornal online Observador.
ZAP // Lusa