Uma carta escrita pela imperatriz russa Catarina, a Grande, em abril de 1787, sublinha a importância da vacina contra a varíola. A missiva vai ser leiloada no dia 1 de dezembro, no MacDougall’s, em Londres.
Catarina, a Grande governou a Rússia de 1762 a 1796. A imperatriz foi uma grande defensora da vacinação, numa altura em que havia muita resistência por parte da população.
Em 1768, tornou-se a primeira pessoa na Rússia a ser vacinada contra a varíola e, pouco depois, mandou inocular o seu filho.
Numa carta escrita no dia 20 de abril de 1787, endereçada ao conde Pyotr Rumyantsev, Catarina pede-lhe que ordene às autoridades da atual Ucrânia que iniciem uma campanha de vacinação contra a varíola, que, na altura, já afetava muitos territórios do seu reino.
“Entre as outras funções dos Conselhos de Bem-Estar nas Províncias que lhe foram confiadas, uma das mais importantes deveria ser a introdução da inoculação contra a varíola, que, como sabemos, causa grandes danos, especialmente entre as pessoas comuns”, escreveu a imperatriz, na carta citada pelo Live Science.
“A inoculação deveria ser comum em todos os lugares“, acrescentou ainda, aconselhando a criação de alojamentos temporários em mosteiros para aqueles que adoecem após serem vacinados.
A missiva pertencia a uma coleção particular mas vai agora ficar em exposição numa galeria de Moscovo, até 30 de novembro. No primeiro dia de dezembro, será leiloada em Londres, ao lado de um retrato da imperatriz.
Estima-se que o documento e o retrato tenham um valor conjunto de até 1,4 milhões de euros.
A carta é “única, especialmente dada esta situação em que todos nós nos encontramos”, disse o historiador Oleg Khromov, traçando um paralelismo com a pandemia de covid-19.