Os cientistas detetaram, pela primeira vez, buracos negros a comer estrelas de neutrões. Parecem o Pac-Man.
O Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (LIGO), nos Estados Unidos, e o Virgo Gravitational-Wave Observatory, na Itália, capturaram as ondas gravitacionais da morte e consequente fusão de uma estrela de neutrões com um buraco negro. Não uma, mas duas vezes.
Os acontecimentos tiveram lugar há cerca de mil milhões de anos, mas foram tão intensos que ainda hoje é possível observar as suas ondas gravitacionais, detalha o SciTechDaily.
“Estas colisões abalaram o Universo até ao seu âmago e detetámos as ondulações que enviaram através do Cosmos”, disse Susan Scott, investigadora da ANU Research School of Physics.
“Cada colisão não é apenas a junção de dois objetos maciços e densos. É como o Pac-Man, com um buraco negro a engolir a sua companheira estrela de neutrões inteira”, descreveu a cientista.
As personagens principais de um dos fenómenos são um buraco negro com uma massa nove vezes maior do que a do Sol e uma estrela de neutrões com duas vezes a massa da nossa estrela.
Já o segundo evento incluiu um buraco negro com cerca de seis vezes a massa do Sol e uma estrela de neutrões com 1,5 vezes a sua massa.
Os cientistas já haviam capturado eventos que envolviam dois buracos negros a colidir ou duas estrelas de neutrões numa fusão. “Agora, completamos a última peça do puzzle com as primeiras observações confirmadas de ondas gravitacionais de um buraco negro e de uma estrela de neutrões a colidir”, disse Scott.
As deteções, extremamente raras, foram feitas a 5 e 15 de janeiro do ano passado.
O artigo científico foi publicado no The Astrophysical Journal Letters.