Rio supera Rangel como líder e primeiro-ministro — e quer antecipar as diretas do PSD

Hugo Delgado / Lusa

Rui Rio com Paulo Rangel

Sondagem dá Rui Rio como o favorito tanto a líder social-democrata como a primeiro-ministro — superando, assim, o seu adversário Paulo Rangel.

De acordo com a sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica para o Público, RTP e Antena 1, Rui Rio é visto como melhor líder para o PSD e melhor primeiro-ministro em comparação com Paulo Rangel.

Face à pergunta sobre “quem seria o melhor líder para o PSD”, 43% dos inquiridos disseram preferir o atual líder social-democrata, enquanto 32% preferiam o eurodeputado. Quando a pergunta foi especificamente direcionada a potenciais eleitores do PSD, o fosso entre os dois candidatos estreitou-se, mas Rio continuou a ser o favorito com 48% dos entrevistados a escolherem-no, face aos 41% que preferem Rangel.

No entanto, a situação muda um pouco quando os entrevistados foram questionados sobre “qual dos dois terá mais hipóteses de chegar a primeiro-ministro”. Embora Rio seja a escolha do eleitor comum — escolhido por 45% e Rangel por 38% —, Rangel é a escolha dos potenciais eleitores sociais-democratas — escolhido por 48% dos inquiridos e Rui Rio por 40%.

Quando a pergunta é “quem seria melhor primeiro-ministro”, o líder do PSD é a escolha tanto dos eleitores comuns (47%) como dos potenciais eleitores sociais-democratas (53%). Paulo Rangel, por sua vez, reúne 29% e 36% das preferências, respetivamente.

Seja qual for o candidato, 73% dos entrevistados disse que votará no PSD. Em contrapartida, 22% disse só votar no partido se Rui Rio for o candidato. Apenas 5% dos inquiridos disse que só votaria no PSD se fosse Paulo Rangel o candidato a primeiro-ministro.

A sondagem mostra resultados claramente favoráveis a Rui Rio, embora o atual líder da oposição continue a querer empurrar as diretas sociais-democratas de 4 de dezembro para depois das eleições legislativas de 30 de janeiro.

Ora, a questão é que podemos assistir a uma viragem total na narrativa. Este sábado, no Conselho Nacional do PSD, em Aveiro, Rui Rio vai propor a antecipação das diretas no partido para 20 ou 27 de novembro, escreve o Observador.

O objetivo é evitar que o partido chegue às legislativas em frangalhos, mas Rio poderá ter uma estratégia escondida por trás desta mudança de ideias. O plano é colocar a pressão toda do lado do adversário: se Rio até quer ir a votos mais cedo, afinal, quem tem medo de enfrentar eleições internas?

Ainda assim, Rio enfrente obstáculos nos estatutos do partido, que ditam que o líder é eleito ao mesmo tempo que os delegados ao Congresso e esses mesmos delegados têm de ser convocados com 30 dias de antecedência. A direção de Rio defende que uma vez que as convocatórias já seguiram, nada invalida que se altere apenas a data das eleições diretas.

Rui Rio enfrentará ainda a oposição de Paulo Rangel e do Conselho de Jurisdição do PSD, que fazem com que esta proposta de antecipação das diretas sejam rejeitada.

A mensagem do líder social-democrata passa por acabar com a tese de que tem medo de ir a votos e virar o jogo contra o adversário, escreve ainda o Observador.