A cidade italiana, uma das primeiras na Europa a ser afetada pela covid-19, adotou uma antiga estátua para homenagear a resiliência dos últimos meses, e para atrair mais visitantes.
Brescia, no norte de Itália, foi uma das primeiras cidades na Europa a ser atingida pelo novo coronavírus e a mostrar ao mundo os efeitos devastadores que esta pandemia ainda iria causar. Vários meses depois, esses tempos negros parecem ter ficado finalmente para trás e a cidade virou a página.
Tal como conta o jornal New York Times, Brescia é conhecida por uma escultura antiga – La Vittoria Alata – que durante quase 200 anos foi um símbolo da sua resiliência em tempos de dificuldade. Coincidência ou não, depois de um longo restauro, a escultura voltou a ser exibida em público e não poderia ter voltado num momento mais oportuno.
As autoridades municipais estão a tentar capitalizar este regresso à normalidade para promover uma cidade que, entre as emblemáticas Milão e Verona, acaba muitas vezes esquecida pelos turistas, sendo mais conhecida pela sua produção industrial. Por isso, estão a tentar adotar esta “Vittoria Alata” como um estímulo para atrair visitantes.
Outrora num museu, a estátua foi agora exposta no parque arqueológico da cidade para ter mais visibilidade. E também não lhe falta publicidade. Segundo o jornal nova-iorquino, há um anúncio sobre si a passar na televisão italiana, há imagens suas espalhadas pelas ruas e até o principal centro de vacinação de Brescia exibiu vídeos do seu restauro para ajudar os locais a passar o tempo enquanto esperavam pela vacina contra a covid-19.
Mas a solidariedade não ficou entre paredes e Itália disse “presente” para ajudar esta e outras cidades da região da Lombardia, as que foram mais duramente atingidas no início da pandemia. Em 2023, conta o NYT, Brescia e Bérgamo vão dividir o título de Capital da Cultura, depois de outras cidades se terem retirado voluntariamente da corrida.
“Foi um gesto de grande solidariedade e generosidade por parte dos autarcas de outras cidades”, disse Emilio Del Bono, presidente da câmara de Brescia ao jornal.
Depois de meses muito duros, entre os sons constantes das ambulâncias e a morte a bater à porta todos os dias, os residentes de Brescia estão a recuperar um sentimento: o otimismo.