A maioria dos 29 esqueletos encontrados pertence à civilização Moche, mas quatro aparentam ser sacrifícios humanos feitos pela cultura Wari.
A cordilheira dos Andes é um lugar onde há muita vida, mas onde também muitas vidas conheceram o seu fim.
Estão agora ser encontrados esqueletos de crianças sacrificadas nos sopés das montanhas com escavações, tendo já 29 corpos que foram sepultados há cerca de 1000 anos sido encontrados em Huaca Santa Rosa de Pucalá, um sítio arqueológico na região de Lambayeque, no noroeste do Peru.
Segundo escreve o Live Science, quatro dos esqueletos encontrados — de duas crianças, um adolescente e um adulto — datam da cultura Wari e são os primeiros exemplos detectados na região que comprovam o recurso a sacrifícios humanos da civilização.
A civilização Wari viveu nas montanhas dos Andes e na costa do Peru entre 500 e 1000 D.C. e eram talentosos criadores de cerâmica e de tecidos finos. As suas estradas foram depois incorporadas no Império Inca. Continuam a haver muitas dúvidas sobre a estrutura social da cultura, mas as provas arqueológicas apontam para uma ligação forte entre a política e a religião.
Além dos restos humanos, as escavações encontraram também esqueletos de oito porquinhos-da-índia, várias alpacas e vários lamas, que provavelmente também foram sacrificados. Panelas, garrafas e uma faca com uma lâmina em forma de meia Lua também foram descobertos.
Edgar Bracamonte Lévano, o director das escavações, reconheceu que as tumbas pertenciam aos Wari porque estavam envolvidas em três recintos distintos em forma de D que são típicos dos lugares de adoração religiosa da civilização. Já os sacrifícios humanos podem ter sido “parte de um ritual na altura de início da construção destes espaços religiosos estilo Wari”.
Para além dos quatro esqueletos humanos, a equipa de arqueólogos também descobriu um quinto indivíduo que “tinha sido enterrado noutro sítio e depois foi novamente enterrado dentro do recinto em forma de D”.
Os outros 25 esqueletos encontrados pertenciam à cultura Moche — que viveu na região entre 100 e 700 D.C., tendo sido depois substituída pela Wari — e não tinham sido sacrificados.