Adeptos do FC Porto (alguns) criticam falta de comparência no basquetebol

Portistas tinham avisado e não apareceram mesmo no jogo com a Ovarense. Reacções não são unânimes.

Foi o momento mais invulgar dos últimos anos nos principais campeonatos em Portugal: um jogo não se realizou porque uma das equipas não quis aparecer. Ainda por cima o clube ausente foi um dos «grandes», o FC Porto.

A equipa de basquetebol do Dragão iria jogar contra a Ovarense, neste sábado. Esteve de facto em Ovar mas não entrou no Arena de Ovar. Porquê? Por causa da equipa de arbitragem nomeada pela Federação Portuguesa de Basquetebol para este duelo.

O contexto já vem do final da época passada, em Junho: no jogo que entregou o título ao Sporting, os portistas queixaram-se de várias decisões dos árbitros, sobretudo nos últimos cinco segundos, que foram decisivas para o desfecho do jogo e do campeonato.

O jogador Garrett Nevels partiu o troféu entregue aos campeões, o treinador Moncho López deu um soco numa mesa e pontapeou dois objetos , enquanto o director Vítor Hugo avisou que a secção do basquetebol do FC Porto poderia ser extinta durante o Verão.

Não foi extinta, os vice-campeões continuam a jogar mas, ainda em Junho, avisaram que, ao longo desta temporada não iriam aparecer nos jogos que fossem dirigidos pelos árbitros que estiveram nesse Sporting-FC Porto, ou seja, Fernando Rocha, Paulo Marques e Carlos Santos.

A promessa foi cumprida logo à terceira jornada: Paulo Marques seria um dos árbitros do jogo em Ovar e, por isso, o FC Porto nem entrou em campo. A confirmação chegou, publicamente, cinco minutos antes da hora prevista (17h) para o início do encontro.

Os regulamentos oficiais indicam que o FC Porto perde este jogo por 20-0.

A Federação Portuguesa de Basquetebol ainda não reagiu a esta atitude, limitando-se a escrever, no resumo da jornada da Liga, que “a partida entre a Ovarense GAVEX e o FC Porto não se realizou dado que o FC Porto não compareceu na Arena de Ovar”.

Adeptos reagem

Essa informação foi, como habitualmente, partilhada nas redes sociais. Na página do FC Porto no Facebook dedicada a outras modalidades, excluindo o futebol, as reacções dos adeptos não foram todas no mesmo sentido.

Entre seguidores que apoiam esta decisão, por causa do “impacto” da mesma e pela “coerência” da direcção portista, e os que apelam ao fim da modalidade, também há adeptos que não gostaram desta falta de comparência.

Que estupidez. Jogar, ganhar por muitos e avançar para o próximo. FC Porto é isto”, escreve um adepto, enquanto outro pede: “Deixem-se disso. Se tudo correr bem, vamos limpar tudo nesta época e esquecer esse roubo. Acabem com isso, não é o caminho“.

Um adepto escreveu: “Inacreditável! A história do FC Porto sempre foi lutar contra tudo e contra todos… Nunca desistir e nunca fugir às dificuldades!”.

Outro seguidor lembra um caso no futebol: “Vi a equipa de futebol ser vergonhosamente arbitrada pelo Lucílio Baptista e pelo Bruno Paixão e soubemos dar uma resposta em campo. Esta atitude de não comparência é uma vergonha“.

Ainda na ligação ao futebol, outro lamento: “A direção faz isso no futebol? Tretas! Querem ter menos uma modalidade ou estavam à espera de nunca aparecer os árbitros? Assim vão dizer que não foi culpa desta direção! Eu, como portista, tenho vergonha desta direção!”.

Uma adepta também entra na discussão, mostrando-se contra esta postura: “Em nada dignificam a modalidade e o clube com atitudes destas”.

“Ou seja, agora virámos uma equipa de choro… Muito bem. Mais vale desistir já, porque entretanto vão aparecer mais jogos com algum árbitro que não gostem e acabamos por ser desclassificados”, avisa outro adepto.

Nuno Teixeira, ZAP //

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