Sérgio Conceição nem sabia o que dizer. Números confirmam jogo “muito mau”

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José Coelho / Lusa

FC Porto goleado em casa pelo Liverpool, num resultado raro na história do clube português: 1-5. Treinador vai falar com Pinto da Costa.

Depois do Sporting, o FC Porto: repetindo o resultado do rival na recepção ao Ajax, o FC Porto foi goleado em casa por 1-5 contra o Liverpool, na segunda jornada do Grupo B da Liga dos Campeões.

Sérgio Conceição nem sabia o que dizer, depois do jogo: “Neste momento nada… Se passasse o meu sentimento, de certeza que amanhã já não treinaria o FC Porto“.

O treinador, antes, lembrou que Pepe e Otávio foram baixas inesperadas devido a lesões – o que condicionou a sua abordagem – e analisou sobretudo os golos do Liverpool: “O primeiro golo é de peladinha. Os cinco golos são golos de treino de descontração e não de uma equipa que está a jogar a Liga dos Campeões. Mas eu sou o responsável”.

O técnico dos portistas lamentou a falta de agressividade dos seus jogadores e até sugeriu que pode nem continuar a liderar o FC Porto: “Não podemos sofrer golos deste género, não podemos fazer nove faltas contra uma equipa tão vertical e incisiva. Só se tivéssemos 80 por cento de posse de bola. Perdas de bola em zona proibida… Foi muito mau, muito mau. Se fazemos uma figura destas na Liga dos Campeões, temos de pensar se realmente os jogadores estão dispostos a levar com o treinador que têm“.

“Agora é observar o que se fez, falando com o presidente para analisar se realmente os jogadores estão dispostos a ouvir a mensagem e a fazermos o que vínhamos a fazer até hoje. Hoje foi muito mau. Os juniores fariam um bocadinho mais do que fizemos hoje”, reforçou Sérgio Conceição.

Números e recordes (realmente maus)

O FC Porto participou no seu 200.º jogo na Liga dos Campeões. Só seis equipas chegaram às duas centenas de jogos no torneio (desde que começou a fase de grupos, em 1992): FC Porto, Juventus, Manchester United, Bayern Munique, Barcelona e o recordista Real Madrid – 281 jogos.

Mas este jogo com número histórico não acabou bem. Aliás, foi a primeira derrota do FC Porto na presente temporada.

Não acabou bem e não começou bem: a lesão de Otávio, que originou a sua substituição aos 14 minutos. Foi a segunda substituição mais rápida do FC Porto na história da Liga dos Campeões.

Ao intervalo, o Liverpool já vencia por 2-0. Foi somente a terceira vez, em todos os jogos das competições europeias, que os portistas chegaram ao descanso a perder por dois golos, em casa (a anterior aconteceu também frente ao Liverpool).

O resultado final, uma desvantagem de quatro golos, foi somente a terceira vez em que o FC Porto perdeu em casa por mais de dois golos de diferença, em jogos da UEFA – todas as três vezes aconteceram nas últimas quatro épocas e foram sempre contra o Liverpool.

E, mesmo no global, em toda a história do clube portuense, só houve três equipas a marcar cinco golos, ou mais, na casa do FC Porto: Unidos Lisboa e Belenenses (ambas 2-6 e ambas nos anos 40 do século passado) e Liverpool (0-5 e 1-5, ambas nos últimos quatro anos).

Está visto que o Liverpool não é mesmo o adversário ideal para o FC Porto, essencialmente nos últimos quatro anos: três jogos no Dragão, 14 golos marcados pelos ingleses. E os portistas nunca ganharam duelos com os ingleses: três empates e seis derrotas.

Do outro lado, o Liverpool de Jürgen Klopp sorri: cinco jogos contra os portistas, liderados pelo treinador alemão, que terminaram com quatro vitórias e 16 golos marcados, sofrendo apenas dois.

Mané e Firmino também entraram nos recordes: ambos têm agora cinco golos marcados contra o FC Porto em duelos de torneios europeus. Nenhum futebolista marcou mais golos ao clube do Dragão, em torneios da UEFA. Solari (quatro golos) era o recordista.

Só há uma estatística que anima os adeptos do FC Porto: nas últimas quatro edições da Liga dos Campeões, nas quais os portistas chegaram à terceira jornada com somente um ponto (tal como agora), apuraram-se sempre para a fase seguinte. Até foram campeões europeus em 2003/04, apesar desta sequência inicial.

Nuno Teixeira, ZAP //

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1 Comment

  1. Há que comprar fraldas para os clubes portugueses quando enfrentam alguma equipa de maior qualidade, é que já entram em campo com as pernas a tremer como varas!

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