Autárquicas: Santana reconquista a Figueira e fala numa “proeza sem igual”

António Cotrim / Lusa

O antigo primeiro-ministro, presidente do PSD e fundador lider do Aliança, Pedro Santana Lopes

Pedro Santana Lopes já fez o seu discurso de vitória como presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, num autoelogio pelo facto de ter ganho a dois “grandes partidos”, o PS e o PSD, e deixando alguns recados.

“Espero que saibam ler o significado destes resultados todos aqueles que acharam que era impossível eu ganhar”, apontou Santana Lopes no discurso onde se assumiu como novo presidente da Câmara da Figueira da Foz, num recado que será destinado a autoridades locais.

Vinte e quatro anos depois de ter saído da autarquia da Figueira, Santana Lopes salientou o facto de o movimento independente com que ganhou ter vencido contra dois “grandes partidos” que tiveram “bons resultados em vários locais do país”, referindo-se ao PS e ao PSD.

Mas o ex-político do PSD lamentou não ter vencido com maioria absoluta, salientando o facto de não ter sido a força mais votada na Assembleia Municipal.

“Tentaremos fazer os esforços no sentido de conseguir todos os entendimentos que sejam possíveis”, vincou.

Santana Lopes salientou ainda que “sabe o significado de ter sido eleito presidente da Câmara”. “O tempo vai ser de muito trabalho”, concluiu.

Os resultados finais da Figueira da Foz ainda não foram revelados, mas Santana Lopes deve ganhar com entre 41 a 46% dos votos e 4 a 5 mandatos, segundo as projecções.

“Uma proeza sem igual”

Numa primeira reação aos resultados eleitorais, à entrada da sua sede de campanha, Santana Lopes começou por caracterizar o resultado como uma “vitória extraordinária“, sobretudo por acontecer sobre um autarca em exercício de funções.

“Agradeço sobretudo aos figueirenses, o resto é a vida. Cair e levantar.” O que poderá ser um dos grandes vencedores da noite falou ainda numa “sensação muito especial” por “24 anos depois voltar a ter a confiança das pessoas”.

“Estava à espera de poder ganhar, mas nestas circunstâncias é uma proeza sem igual. Contra todas as tropelias, todas as impugnações e contra todos os partidos — grandes, médios e pequenos. Sou a favor dos partidos, mas concorri com um movimento independente recém-formado que ganhou”, vincou ainda Santana.

Desde que a candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara da Figueira da Foz foi anunciada e formalizada, o antigo primeiro-ministro, líder do PSD e fundador do Aliança beneficiou sempre de uma larga vantagem nas sondagens, colocando-se mesmo em cima da mesa a possibilidade de alcançar uma maioria absoluta.

O principal prejudicado com a candidatura do também antigo autarca da Figueira da Foz é o PSD, que partia para esta corrida autárquica com o objetivo de reconquistar a esta Câmara ao PS.

Numa fase inicial, um acordo entre Santana Lopes e Rui Rio, antigos adversários na corrida pela liderança do PSD, foi tentado, mas sem sucesso, com o Rio, segundo os relatos, a ser apanhado de surpresa pelo avanço de Santana. A concelhia tentou, por diversas vezes, impugnar a candidatura do independente, mas sem sucesso.

Ana Rita Moutinho, ZAP //

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