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Centeno diz que é “importante clarificar completamente” apoios pós-moratórias

Mário Cruz / Lusa

O ex-ministro das Finanças e governador do Banco de Portugal, Mário Centeno

Com o fim das moratórias a aproximar-se, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, alertou sobre a necessidade de se “clarificar completamente o quadro de apoios subsequentes”, indicando que é preciso retomar a trajetória de redução de dívida.

“Com a aproximação do momento em que as moratórias terminam para estes setores (porque para os restantes este processo já se iniciou em março) é muito importante clarificar completamente o quadro de apoios subsequentes”, disse, em resposta ao ECO na sequência do Summer CEmp, a escola de verão da Comissão Europeia.

Centeno acredita que os bancos cumprirão com a “identificação e acompanhamento dos clientes em dificuldades, bem como na procura de soluções”, o que “permitirá responder às dificuldades que se venham a observar”.

O governador referiu que “terminar com as moratórias não significa deixar um vazio de políticas de apoio”, mas sim “fazer evoluir as medidas de apoio, em especial para os setores mais afetados pela pandemia”.

Sublinhou que “a economia portuguesa tem demonstrado resiliência e a sinistralidade nos créditos, que entretanto já deixaram de estar abrangidas pelo regime de moratórias, não é particularmente gravosa”, frisando que o país não podia ter prolongado ainda mais as moratórias sob o risco de ficar “isolado” na UE.

Segundo o Banco de Portugal, havia no final de julho 36,8 mil milhões de euros em empréstimos abrangidos por moratórias, menos 700 milhões do que em junho. Desse valor total, 41% é de cidadãos e 59% é de empresas.

A dívida das empresas, cidadãos e Estado teve um acréscimo de 35 mil milhões de euros provocado pela pandemia. É “importante que todos os agentes económicos tenham presente que devem retomar o processo de redução do endividamento, assim que as condições económicas e financeiras o permitam”, apelou ainda Centeno.

Taísa Pagno //

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