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E o melhor dia da semana para trabalhar no escritório é…

KaiChanVong / Flickr

Segunda-feira, terça ou quarta? Ou depende sempre do sítio onde se trabalha?

A pandemia trazida pelo novo coronavírus trouxe muitas alterações. Em muitos contextos, incluindo o mundo laboral. O teletrabalho não terá chegado para ficar em todas as empresas mas terá chegado para ser regra em muitas empresas.

O que se adivinha – e o que já está a ser praticado em muitos locais de trabalho – é um sistema misto: as pessoas trabalham a partir de casa, quando o seu posto permite, e trabalham na sede da empresa uma vez por semana, ou algumas vezes por semana.

O LinkedIn, por exemplo, publicou um estudo que revela que os patrões querem ver os trabalhadores no escritório, no mínimo, uma vez ou duas vezes por semana; mais de um terço dos proprietários quer sentir a presença dos funcionários em três ou em quatro dias por semana.

E qual será o dia preferido dos trabalhadores para irem até ao escritório? A revista Wired procurou uma resposta, que não é fácil de encontrar.

A Climbing Trees é uma empresa especialista em marketing digital. O seu proprietário, Alex Holliman, tinha a sensação de que, juntos, os seus 10 funcionários são felizes no trabalho e são mais capazes de trocar ideias; ao mesmo tempo, tinha a sensação de que os mesmos funcionários preferem ficar em casa na maioria dos dias. Alex criou então um inquérito, no qual perguntou aos trabalhadores qual é o dia que preferem sair de casa para irem até à sede da empresa. Resposta: quarta-feira.

Há uma ideia generalizada, e antiga, de que as pessoas trabalham mais e melhor no início da semana. Por isso, é expectável que muitas queiram ir para o escritório à segunda-feira ou à terça, porque a produtividade vai diminuindo à medida que o sábado se aproxima.

Mas há um problema: um estudo científico demonstrou que é também no início da semana que os trabalhadores são mais antipáticos e criam mais conflitos com os colegas de trabalho. A semana vai passando e o clima vai amenizando.

Voltando aos números do LinkedIn, quem for três vezes por semana à empresa deverá ser dividido em grupos: quem vai à segunda, terça e sexta-feira; quem sai de casa às quartas, quintas e sextas; e quem prefere segunda, terça e quarta.

Fim-de-semana de quatro dias

E haverá também uma opção sedutora para trabalhadores: ir para o escritório à terça, quarta e quinta-feira, tendo sempre um fim-de-semana de quatro dias.

Os inquéritos realizados pelo LinkedIn indicaram ainda que os dias com mais movimentação nas sedes das empresas são segunda-feira e terça-feira.

Mas, como se esperava, estas estatísticas dependem muito do local onde se trabalha. A empresa Freespace, centrada em soluções tecnológicas, colocou cerca de 100 mil sensores espalhados por 36 países. No Reino Unido o dia mais movimentado é quinta-feira, enquanto segunda e sexta-feira eram os dias mais vazios – dados que cruzam com a solução de ir para o escritório às terças, quartas e quintas.

E os contextos são distintos e originam várias perguntas: quais são os dias preferidos dos trabalhadores para irem ao escritório? Quais são os dias preferidos dos patrões? Que tipo de projetos há na empresa? Qual a melhor altura da semana para serem mais produtivos? Qual é o contexto familiar de cada trabalhador?

Como não há uma resposta igual para todos, a PwC, empresa conhecida no mundo de auditoria, consultoria e fiscalidade, indicou aos superiores: encontrem-se pessoalmente com os restantes trabalhadores quando for melhor para vocês. Escolham.

Na Words + Pixels, agência de relações públicas, os funcionários indicaram que queriam ir à sede duas vezes por semana, sem especificarem quais são os dias. O fundador da empresa, Nick Braund, estabeleceu a regra: venham trabalhar logo na segunda-feira, para definir as prioridades dessa semana. Tentaram impor um sistema de dias consecutivos na empresa mas as pessoas “odiaram”. A solução passou a ser: segunda e quinta-feira na sede; à segunda para definir a semana, à quinta para analisar o trabalho dessa semana. Nick Braund vê uma desvantagem nestas novas rotinas laborais: “Perdemos o foco”.

Nuno Teixeira, ZAP //

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