O vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Mikhail Popov, alertou na quarta-feira o Reino Unido para não navegar novamente com os seus navios de guerra perto da Crimeia, a menos que queira que os seus tripulantes “se magoem” nessas movimentações.
Em junho, o navio de guerra britânico HMS Defender navegou em águas territoriais ucranianas perto da Crimeia, indicando que o fez seguindo as regras de liberdade de navegação internacionalmente reconhecidas, noticiou a agência Reuters.
A Rússia anexou a Crimeia em 2014, defendendo que as águas ao redor daquele território pertencem agora a Moscovo, apesar da maioria dos países continuar a reconhecer a península como ucraniana.
Em entrevista ao Rossiiyskaya Gazeta, Popov disse que o comportamento da Reino Unido e a sua reação subsequente ao incidente foram desconcertantes. Criticou ainda as sugestões do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, de que o incidente poderia se repetir.
“Ações semelhantes serão frustradas com os métodos mais duros, independentemente da lealdade do violador ao estado. Sugerimos que os nossos oponentes pensem bem se vale a pena organizar tais provocações, dadas as capacidades das forças armadas russas”, sublinhou Popov.
“Não são os membros do governo britânico que estarão nos navios e embarcações”, afirmou, acrescentando: “E é nesse contexto que quero fazer uma pergunta a Boris Johnson e Dominic Raab – o que eles dirão às famílias dos marinheiros britânicos que se magoarão em nome de tão ‘grandes’ ideais?”.