A escrita manual ajuda as pessoas a aprender a ler de forma significativamente mais consistente e rápida, revela novo estudo.
Apesar de a escrita à mão ser, cada vez mais, deixada para trás, um novo estudo defende que a caneta e o papel devem permanecer como dois dos instrumentos mais poderosos para aprender a ler.
Brenda Rapp, autora do estudo publicado na revista Psychological Science, indica que os benefícios da escrita manual estão diretamente relacionados com a leitura, a ortografia e a compreensão.
Juntamente com a sua equipa, Rapp, realizou uma experiência onde um grupo de 42 pessoas deveria aprender o alfabeto árabe. Os participantes foram divididos em três classes diferentes: os que iam escrever à mão, os que iam escrever em computadores e os que apenas teriam de observar vídeos.
No final, todos os voluntários conseguiram reconhecer as letras e cometeram poucos erros durante o teste. No entanto, o grupo que teve de redigir as letras à mão atingiu um nível de proficiência mais célere do que os outros elementos.
“Embora todos fossem bons a reconhecer letras, o grupo que teve de fazer escrita manual foi o melhor em todas as medidas. E precisaram de menos tempo para lá chegar”, frisa Robert Wiley, um dos autores do estudo.
O grupo que teve de redigir as letras manualmente acabou por adquirir mais conhecimentos em leitura e ortografia.
“Com a escrita, as pessoas estão a obter uma representação mais forte na sua mente, o que permite que se preparem para outro tipo de tarefas”, sublinha Wiley.
Embora os participantes do estudo fossem adultos, Wiley e Rapp acreditam que os mesmos resultados seriam observados em crianças.
Os resultados do estudo, escreve o Futurity, podem ter implicações nos métodos usados nas salas de aula, onde os lápis e os cadernos ficaram em segundo plano e acabaram por ser substituídos por meios digitais.
As descobertas também sugerem que adultos que tentam aprender um idioma com um alfabeto diferente devem complementar as aprendizagens através da leitura de livros ou visualização de filmes da língua em questão.
Mas na matemática vai-se pelo lado contrário. Agora tirar a régua e o esquadro ao aluno parece se positivo. Entendam-se!