À medida que envelhecemos, os nossos cérebros geralmente ficam mais lentos e a memória passa a ser menos confiável. Contudo, há um grupo de pessoas que não é afetado pelo tempo. Os “super agentes”, como são chamados, têm memórias notáveis que são melhores do que as pessoas da mesma faixa etária.
Pela primeira vez, investigadores conseguiram entender por que razão isso acontece. As imagens de ressonância magnética dos cérebros dos “super agentes” com uma idade média de 67 anos são notavelmente semelhantes às do cérebro de pessoas de 25 anos.
De acordo com a pesquisa, não importa a diferença de idade — os adultos mais velhos mantiveram os padrões de atividade juvenil nos seus cérebros. Os resultados do estudo foram publicados na revista Cerebral Cortex.
“Esta é a primeira vez que temos imagens da função dos cérebros dos super agentes à medida que aprendem e se lembram ativamente de novas informações”, referiu a autora principal do artigo Alexandra Touroutoglou.
“Através da ressonância magnética, descobrimos que a estrutura dos cérebros dos super agentes e a conectividade das suas redes neurais se assemelham aos cérebros de adultos jovens. Os super agentes evitaram a atrofia cerebral tipicamente observada em adultos mais velhos”, explicou Touroutoglou.
A investigadora acrescentou ainda que “no córtex visual, existem populações de neurónios que estão seletivamente envolvidas no processamento de diferentes categorias de imagens, como rostos, casas ou figuras”.
“Esta função seletiva de cada grupo de neurónios torna-os mais eficientes no processamento do que é visto e na criação de uma memória distinta dessas imagens, que podem então ser facilmente recuperadas”, salienta a autora.
Segundo o IFL Science, alguns estudos anteriores mostraram que essa parte da memória pode ser treinada, por isso esta caraterística pode não nascer com os “super agentes”.
Agora, a equipa está a estudar estas pessoas de forma mais detalhada para entender melhor como conseguem manter os seus cérebros tão jovens durante tanto tempo.