Uma equipa de investigadores descobriu que as nuvens de Júpiter têm uma concentração de água suficientemente alta para que possam albergar vida.
No ano passado, uma equipa de astrónomos detetou fosfina na atmosfera superior de Vénus. A fosfina foi proposta como um bom biomarcador para detetar vida em planetas rochosos além do Sistema Solar.
Agora, um novo estudo sugere que não é a quantidade de água que importa para tornar a vida viável, mas sim a atividade de água — que mede a disponibilidade relativa de água em habitabilidade.
Os investigadores descobriram que a atividade da água nas nuvens de Vénus estava mais de 100 vezes abaixo do limite inferior no qual a vida pode existir na Terra. Quando usaram a mesma abordagem em Júpiter, descobriram que as suas nuvens têm uma concentração de água suficientemente alta.
Além disso, de acordo com o Tech Explorist, os resultados demonstraram que as nuvens de Júpiter têm a temperatura certa para abrigar vida.
“O estudo mostra que as nuvens de ácido sulfúrico em Vénus têm muito pouca água para a existência de vida ativa, com base no que sabemos sobre a vida na Terra. Também descobrimos que as condições de água e temperatura dentro das nuvens de Júpiter podem permitir a subsistência de vida microbiana, assumindo que outros requisitos, como nutrientes, estejam presentes”, disse o autor principal do estudo, John Hallsworth.
A NASA está a regressar a Vénus para aprender como é que o planeta se tornou um deserto quente e venenoso — e se já foi habitável no passado. No início do mês, o administrador da NASA, Bill Nelson, anunciou que a agência tinha selecionado dois vencedores da sua última competição de missões espaciais da classe Discovery, e que ambos se dirigiam ao segundo planeta mais próximo do Sol.
Com os dados que estas duas missões a Vénus — chamadas VERITAS e DAVINCI+ — vão recolher, os cientistas planetários podem começar a resolver um dos maiores mistérios do Sistema Solar: por que Vénus é um planeta quase do mesmo tamanho, densidade e idade da Terra, mas tão diferente do mundo que a humanidade chama de lar?
“A procura por vida extraterrestre às vezes tem sido um pouco simplista na sua atitude em relação à água. Como o nosso trabalho mostra, não é suficiente dizer que a água líquida é igual a habitabilidade. Temos que pensar também sobre como é que os organismos semelhantes à Terra a usam — o que nos mostra que, então, temos que perguntar quanto da água está realmente disponível para esses usos biológicos”, explicou, por sua vez, o coautor Philip Ball.
Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista científica Nature Astronomy.
São os mais indecisos e teimosos que ainda andam nas nuvens sem saber se escolher o céu ou o inferno!