Primeira volta das eleições regionais em França marcada por abstenção recorde

Enric Fontcuberta / EPA

Entre 66% e 68% dos franceses não foram às urnas para votar na primeira volta das eleições regionais e departamentais, numa disputa que foi favorável ao centro-direita, enfraqueceu a extrema-direita e mostrou as fraquezas do partido do Presidente Emmanuel Macron.

As dúvidas em relação à participação dos franceses na primeira volta das eleições regionais confirmaram-se este domingo, com a abstenção a bater todos os recordes em França.

Entre a incerteza da data da realização deste escrutínio devido à crise sanitária, a impossibilidade de realizar uma campanha eleitoral tradicional, algumas forças políticas apontam também o dedo ao Governo pela informação destas eleições não ter chegado aos eleitores.

A abstenção tocou mesmo na extrema-direita, com sete em 10 eleitores do partido da União Nacional a não terem ido votar, algo que é inédito, já que o partido de Marine Le Pen consegue sempre uma participação mais elevada que outras formações políticas.

Esta falta de comparência nas urnas fez com que a União Nacional enfraquecesse a sua posição em muitas regiões, tendo agora como principal esperança, a liderança na Provença-Alpes-Costa Azul, onde o candidato Thierry Mariani ganhou.

“Enquanto republicana só posso lamentar o desastre cívico que transformou a realidade eleitoral do país e transmite uma imagem enganosa das forças políticas em força”, declarou Marine Le Pen, citada pela rádio TSF.

Para o centro-direita, apesar da desorganização interna do partido Les Republicains, foi uma noite de vitórias.

Na região Hauts de Seine, no Norte da França, o potencial candidato às presidenciais, Xavier Bertrand, ganhou com mais de 40% dos votos, apesar do investimento do Presidente francês, Emmanuel Macron, nesta região onde colocou como candidato Laurent Pietraszewski, secretário de Estado das Reformas, ajudado por Éric Dupond-Moretti, ministro da Justiça, candidato em Pas de Calais.

Também em Île de France, Valérie Pècresse, a candidata do centro-direita cimentou a sua liderança, com cerca de 36% dos votos, deixando os outros candidatos entre os 10% e 20%.

Segundo as previsões da Ipsos/Sopre Steria, citadas pelo jornal Público, o partido conservador conseguiu 29% e a formação de Marine Le Pen alcançou 18,5%. Surgem depois o Partido Socialista, com 18%, a Europa Ecologia – Os Verdes (EELV), com 12%, e só depois a República em Marcha (LREM), do Presidente francês, com 10%, os mesmos que a França Insubmissa (extrema-esquerda).

A segunda volta acontece no dia 27 de junho e mantêm-se na corrida todas as listas que conseguirem mais de 10%, podendo haver coligações entre listas que obtenham mais de 5% do escrutínio. A composição das listas para a segunda volta tem de ser entregue até esta terça-feira.

ZAP // Lusa

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