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Man City 0-1 Chelsea | Recital táctico dá título aos “blues”

Pierre-Philippe Marcou / EPA

O Chelsea venceu a final 100% inglesa da Liga dos Campeões 2020/21, no Estádio do Dragão, arrecadando assim o seu segundo troféu de campeão da Europa da sua história.

Os “blues” de Londres estiveram tacticamente perfeitos e contrariaram o favoritismo do Manchester City de Pep Guardiola, mercê de uma exibição tacticamente perfeita, uma “obra-prima” táctica de Thomas Tuchel, baseada num meio-campo pressionante e rápido a colocar a bola na frente e uma defensa sólida que nunca deu as suas costas e abafou as principais valências do seu adversário.

Kai Havertz foi o herói, com o golo que marcou ainda na primeira parte. O Chelsea conquistou assim o ceptro europeu averbando apenas uma derrota… frente ao FC Porto, e chegando à glória no recinto dos Dragões.

O jogo explicado em números

  • Dois portugueses de início nesta partida em… Portugal. Bernardo Silva e Rúben Dias de início no City, João Cancelo no banco, numa equipa talhada para dominar e ter bola, frente uma formação tacticamente montada para anular o meio-campo contrário e evitar que os comandados de Pep Guardiola explorassem a profundidade.
  • Belo arranque de jogo, com o City a assumir – como se esperava – a iniciativa, e um Chelsea – como previsto – exímio a explorar o contra-ataques. Lances de ataque junto das duas balizas, com Timo Werner a perder duas ocasiões flagrantes para marcar. No primeiro quarto-de-hora a formação de Manchester registava 60% de posse, mas os londrinos ganhavam em remates (2-1, um enquadrado para cada) e acções com bola na área contrária (7-5).
  • Aos 28 minutos, Phil Foden entrou na área do Chelsea, mas quando se aprestava para facturar, o alemão Antonio Rüdiger surgiu a fazer um corte fundamental, a evitar o primeiro da partida. À meia-hora o jogo estava equilibrado em termos de efectividade ofensiva, com as duas equipas a atacarem e a criar perigo, embora a superioridade na posse continuasse a pertencer ao City (60%). Tudo empatado em remates (três para cada lado), enquadrados (1) e até no passe (88% de eficácia para o City, 87% para o Chelsea, diferença pouco relevante).
  • Mason Mount, com um rating de 6.1, liderava os ratings, ele que criara uma ocasião flagrante em dois passes para finalização e acertara a totalidade dos 13 passes realizados. Do lado do City o destaque era Kyle Walker, com 19 passes certos em 21 e três dribles completos (100%). E aos 39 minutos, Thiago Silva, central do Chelsea, teve de ser substituído, por lesão, entrando para o seu lugar Andreas Christensen.
  • E só podia ser Mount a construir o melhor lance da primeira parte. Aos 43 minutos, o inglês descobriu Kai Havertz com um passe extraordinário que isolou o alemão, este teve a calma suficiente para passar Ederson e atirar a contar, marcando o seu primeiro golo de sempre na Champions… e logo na final. Ao quarto remate, segundo quadrado, o Chelsea colocava-se na frente.
  • Surpresa, ou talvez não, no Dragão. O City era considerado favorito, mas foi o Chelsea a marcar e a mostrar-se sempre mais perigoso, registando mesmo duas ocasiões flagrantes desperdiçadas, ambas por Timo Werner. Os comandados de Pep Guardiola, tiveram mais bola, mas foram perdendo essa superioridade gradualmente, perante o meio-campo muito povoado dos “blues” de londres, agressivos na pressão e rápidos no contragolpe. O melhor em campo nesta fase era o marcador do golo. Kai Havertz pode ter sido considerado uma das desilusões entre as contratações da época na Premier League, mas não só fez o seu primeiro golo na Champions, como criou uma ocasião flagrante, somou cinco acções com bola na área do City e completou duas de três tentativas de drible – GoalPoint Rating de 6.9.
  • Más notícias aos 58 minutos para Pep Guardiola, com o fundamental Kevin De Bruyne a sair, por lesão, após choque com Rüdiger, entrando para o seu lugar Gabriel Jesus. Um forte revés ara o City, com a saída do organizador de todo o futebol da equipa, em desvantagem e ainda com mais de meia-hora para jogar.
  • A necessitar de marcar, o City registou 64% de posse de bola no primeiro quarto-de-hora do segundo tempo, bem como os dois únicos remates, embora nenhum enquadrado. Os homens de Manchester conseguiram suster as transições dos “blues”, que deixaram de criar perigo.
  • Na primeira vez que os de Londres conseguiram soltar-se, aos 73 minutos, Kai Havertz serviu Christian Pulisic que, perante Ederson, fez o mais difícil e atirou ao lado. Uma ocasião daquelas que não se perde numa final deste calibre, perante um City que, aos 75 minutos, já comandava em praticamente todos os mais importantes momentos do jogo, incluindo acções com bola na área contrária (21-17), eficácia de passe (88%-83%), acções defensivas no meio-campo contrário (7-3), posse de bola (59%-41%). Menos no remate, com o Chelsea em vantagem (6-5).
  • Os derradeiros minutos foram de grande pressão do City, mas sem grandes ocasiões para marcar, enquanto o Chelsea foi conseguindo ter bola e controlando as operações, nunca deixando de levar o jogo para o último terço, bem perto da área de Ederson. E assim os londrinos seguraram a vantagem até final.

O melhor em campo GoalPoint

O alemão esperou, esperou… pelo momento certo. Teve mais paciência do que, por exemplo, os críticos em Inglaterra, que o apontaram como uma das desilusões da época entre as contratações. E nunca tinha marcado um golo na Champions. Na final do Dragão foi ele o autor do tento londrino e acabou mesmo como o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.8. Além do tento, Havertz esteve nos melhores momentos da partida, com destaque para duas ocasiões flagrantes criadas em dois passes para finalização, desperdiçadas por Werner e Pulisic. E ainda completou duas de quatro tentativas de drible.

Jogadores em foco

  • N’Golo Kanté 7.1 – Cansa vê-lo jogar. Kanté, o jogador “de quem todos gostam”, é de uma entrega, um pulmão e uma inteligência táctica fenomenais. Foi irrepreensível no posicionamento, o que lhe permitiu somar o máximo de recuperações de posse, nada menos que dez, e ainda registou três desarmes, duas intercepções e ganhou quatro de seis duelos aéreos defensivos. Tem 1,68m…
  • Mason Mount 6.3 – Em especial pela primeira parte, o extremo inglês de 22 anos foi um dos responsáveis pelo sucesso dos Chelsea. Mount fez a assistência para o golo de Havertz, criou duas ocasiões flagrantes em três passes para finalização, um passe de ruptura (o do golo), seis passes ofensivos valiosos e só falhou uma de 27 entregas.
  • Rúben Dias 6.3 – O melhor jogador do City. O central português fez uma primeira parte para esquecer, mas na segunda surgiu transfigurado, ao ponto de terminar o jogo com 91% de eficácia de passe, nove passes progressivos certos, 97 acções com bola, três duelos aéreos defensivos ganhos em seis e três intercepções.
  • Reece James 6.3 – Outra exibição marcada por grande concentração. O lateral-direito completou três de quatro tentativas de drible, cinco alívios e acumulou o máximo de desarmes da partida (7).
  • Ben Chilwell 5.8 – Do outro lado, Chilwell também cumpriu, embora com menor exuberância. O lateral esquerdo conseguiu dois desarmes, quatro alívios e dois bloqueios de passe.
  • Bernardo Silva 4.9 – O médio português esteve abaixo do habitual, sendo substituído perto da hora de jogo. Registo apenas para os 86% de eficácia de passe.

Resumo

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